Abate de boi recua 8,3% e de vaca cresce 25,6% em Mato Grosso

O movimento se deve à redução da entrega de animais de confinamento, onde a maioria é de machos, e antecipação da estação de monta
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou nesta segunda-feira em sem boletim semanal que o abate estadual de bovinos atingiu em novembro 402.270 cabeças, volume 1,29% superior ao registrado em outubro (400.100 cabeças). Em relação a novembro do ano passado houve recuo de 0,26%.

Segundo os analistas do Imea, os dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) mostram que o aumento do abate se deve exclusivamente as fêmeas, pois em todas as faixas etárias houve significativo aumento.

O total de fêmeas abatidas cresceu 25,60%” em relação a outubro, para 142.480 cabeças. Em relação a novembro do ano passado o volume de fêmeas abatidas cresceu 16,49%.

No caso dos machos, houve queda no abate em todas as faixas etárias e no total o recuo foi de 8,3% ante outubro, para 262.800 cabeças. Comparado com novembro do ano passado o recuo foi de 7,47%.

Os analistas do Imea comentam que o movimento pode ser explicado pela sazonalidade da pecuária, “visto que, em doze dos últimos quatorze anos o abate de fêmeas registrou elevação comparando-se novembro com outubro, e em nove dos últimos 14 anos, o total de machos abatidos diminuiu.

Eles afirmam que as principais justificativas para esse fluxo “padrão” são: diminuição da entrega de animais de confinamentos (maioria de machos), e com o adiantamento das chuvas, há relatos de pecuaristas que anteciparam a estação de monta, e conseguiram desta forma abreviar o descarte de fêmeas que não emprenharam.

Na análise os técnicos do Imea observam que, como o aumento da oferta de animais no mercado físico não é acompanhada pela melhora na demanda, o preço do boi gordo vem recuando nos últimos meses.

O Imea traçou cenários para os preços, levando em conta a cotação dos futuros na BM&F/Bovespa e o diferencial em relação a Mato Grosso. Os cálculos que consideram também o diferencial histórico (13,4%) apontam para uma cotação da arroba a R$ 126,70 em maio de 2016.

Os técnicos observam que essas previsões devem servir como um alerta, “para que os pecuaristas se planejem para o próximo ano que estar por vir, visto que 2017 pode ser um ano difícil para as receitas”.

Autoria: Venilson Ferreira

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