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Recordista mundial na produção de leite em um único dia, a raça Girolando também vem se destacando pela longevidade e melhoramento genético ao longo dos anos.
Dentre as diversas características de funcionalidade do gado girolando pode-se destacar a produtividade, a rusticidade, a precocidade, a longevidade e a fertilidade, além da alta capacidade de adaptação a diferentes tipos de manejo e clima.
A eficiência da raça holandesa com a rusticidade das zebuínas encontrou no girolando uma ferramenta que deu certo. Os primeiros experimentos começaram por volta de 1940 e 1950. A raça tem se destacado e mudado o cenário da produção de leite no Brasil, se destacando pelos recordes e longevidade e produtividade nas propriedades leiteiras pelo país.
Os trabalhos de tropicalização da agricultura e da pecuária não param. Esse tem sido o papel da Embrapa desde a sua criação na década de 1970. A busca por animais adaptados e eficientes para os trópicos vem de longe. Para a produção de leite, o cruzamento das raças europeias com as zebuínas vem sendo testada há décadas.
Com as ferramentas da engenharia genética e uso da informática é possível acelerar o melhoramento genético. De acordo com o pesquisador Marcos Vinícius, da Embrapa Gado de Leite a “vaca do futuro” virá de algum grau de sangue girolando.
De acordo com o técnico de melhoramento da raça, o zootecnista Frederico Paiva, o diferencial do girolando é a fácil adaptação a qualquer sistema de produção. “Quando levamos para um sistema intensivo, com ambiente, qualidade e nutrição, temos um potencial leiteiro de muita qualidade. Do mesmo modo, quando se vai para uma produção tropical esta raça se dá muito bem também”, analisou.
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Longevidade
Recentemente, o setor tem comemorado marcas jamais atingidas como a de vacas que atingiram, ao longo da vida, mais de 100 mil quilos de leite. “Foi um trabalho feito por meio do melhoramento genético, onde procuramos pais com mais longevidade, o que possui relação com o sistema mamário, pernas de boa qualidade e animais que caminham bem, deixando a cada ano um bezerro ou bezerra dentro da propriedade”, disse Paiva.
Ao todo, quatro animais da raça já atingiram essa marca histórica. A primeira, foi a vaca ICH Canela Teatro, uma girolando meio-sangue da Fazenda São Caetano, de Morrinhos (GO). De acordo com o criador Tadeu Chiari, a vaca que chegou aos 16 anos de idade em 2019 comprovou na produção e por meio de seus descendentes que é um animal de qualidade genética acima da média.
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“O diferencial dela é que seus filhos já são comprovados leiteiros e, 9 entre os 10 primeiros animais do Top 1.000 da raça são da família Canela, que já tem 57 filhas nessa lista”, contou Chiari.
Desde a primeira lactação, Canela se destacava no rebanho. Mas foi a partir do terceiro parto que ela se sobressaiu.
Melhoramento genético
Esse tipo de resultado só é possível por causa do melhoramento genético, que vem dando características diferenciadas à vacas leiteiras, como a redução do intervalo de partos.
“A gente busca a capacidade de transmissão de genes tanto pelo controle leiteiro, como por exames laboratoriais. Atualmente, utilizamos a verificação genômica, onde mandamos o material coletado para fora do país e, com o resultado, conseguimos identificar se o animal é positivo ou não para uma produção satisfatória de leite”, disse Frederico Paiva.
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Para o futuro, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando aposta na democratização da tecnologia para que seja acessada, cada vez mais, pelos pequenos produtores.
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“O pequeno criador, hoje em dia, consegue ter acesso a um material de qualidade. Toda região brasileira tem um associado da Girolando e, com eles, é possível adquirir tourinhos para que possa introduzir no rebanho animais de qualidade.”
A facilitação para o acesso à raça é também um desejo do presidente da associação, Luiz Carlos Rodrigues, que aposta em projetos que levem cada vez mais pequenos produtores a feiras e eventos com a presença da raça.
Compre Rural com informações Canal Rural