A proposta brasileira de taxação das exportações do agro brasileiro e as lições da experiência argentina

A Argentina conheceu o “fundo do poço” aplicando a criatividade preguiçosa de uma política totalmente irresponsável ao querer, com uma “canetada”, definir o que deve sair do país através do aumento de impostos de exportação.

Após as derrapadas na comunicação do governo federal com o monitoramento do PIX e o revés na aprovação da gestão do presidente Lula, divulgado na última semana pela Quaest, uma ala do Partido dos Trabalhadores (PT) propõe a taxação das exportações do agronegócio com o objetivo de diminuir os preços internos e aumentar a arrecadação fiscal.

Nunca devemos subestimar a capacidade do ser humano de piorar uma situação que já está caótica aos olhos da sociedade, ainda mais quando se trata de política. Uma análise cuidadosa dessa proposta, à luz da experiência da Argentina com sua política de “retenciones”, escancara uma série de potenciais impactos negativos que devem ser considerados. A Argentina conheceu o “fundo do poço” aplicando a criatividade preguiçosa de uma política totalmente irresponsável ao querer, com uma “canetada”, definir o que deve sair do país através do aumento de impostos de exportação, objetivando aumentar a arrecadação e a diminuição dos preços internos. Gênios!

Compostagem de dejetos em confinamentos de bovinos

Tentar destruir um dos poucos setores que ainda funcionam no país parece não ser um equívoco, mas sim, uma falta de inteligência. A exemplo da taxação de “los hermanos” sobre as exportações do agro, tal iniciativa certamente reduzirá significativamente a rentabilidade dos produtores brasileiros, bem como desincentivará investimentos no setor agrícola, essencial para o crescimento econômico.

No campo político, a implementação de tais medidas pode aprofundar a polarização, criar conflitos significativos entre o governo, o agronegócio e sua bancada no Congresso Nacional, e afetar a governabilidade.

A experiência argentina, com a política de “retenciones”, oferece lições valiosas para o Brasil. A proposta desastrada desta ala do PT, de controlar a inflação e aumentar a arrecadação através da taxação das exportações, resultará em uma série de problemas econômicos e sociais. Ao longo do tempo, como observamos no país vizinho, só colheremos diminuição da produção do agro, desequilíbrios mais acentuados nas contas nacionais e um empurrão sem volta para a inflação, agora acompanhada pela recessão econômica.

O agro, sustentáculo da economia brasileira, espera que esta ala do PT não tenha voz junto aos tomadores de decisão do país, e ressalta que destruir o que funciona, não é um bom caminho para a solução dos problemas nacionais.

Por Roberto Queiroga

Diretor Executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA)

VEJA TAMBÉM:

ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM