A ordem é segurar o boi, mas só pra quem tem pasto

Pecuaristas buscam a melhor saída para a sinuca de bico; Enquanto isso, na queda de braço, a cautela da indústria frigorífica mantém a boiada pronta em banho-maria.

O mercado brasileiro de boi gordo segue apresentando baixa liquidez, motivada sobretudo pela posição bastante cautelosa das indústrias frigoríficas, que só compram o necessário, evitando acúmulo dos estoques nas câmaras frias. A demanda interna de carne bovina continua patinando, refletindo o momento de pandemia da Covid-19, que faz o consumidores se afastarem das prateleiras de bandejas de carne bovina, produto mais caro, preferindo proteínas mais baratas, como ovo, frango e carne suína.

“Em muitas praças do País, os frigoríficos ainda limitam as suas operações, impossibilitando um maior avanço nas negociações do mercado físico e pressionando a cotação da arroba para baixo”, descreve a Informa Economics FNP.

Do lado da oferta, relata a FNP, em algumas regiões do Centro-Sul do País, a massa de ar seco que tem provocado veranicos em algumas regiões pecuárias, o que preocupa os pecuaristas, que já se mostraram um pouco mais ativos nas vendas da boiada, mesmo com os preços menores. Já nas regiões Norte e Nordeste, o bom nível de chuvas registrado ainda mantém os pastos verdes, permitindo a retenção dos animais terminados nas propriedades, segundo levantamento da FNP.

Com relação ao mercado externo, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou na última segunda-feira (20/abril) o desempenho das exportações de carne bovina in natura referentes aos 12 primeiros dias úteis deste mês, que contabilizaram 67,42 mil toneladas e uma receita de US$ 296 milhões.  A média diária registrada ficou em 5,61 mil toneladas, queda de 6,5% ante a segunda semana do mês e avanço de 4,26% em comparação ao mesmo período do ano passado.

No app da Agrobrazil, pecuaristas começam a se movimentar com a chegada do período seco em algumas regiões, os preços seguem com uma flutuação grande, principalmente na praça de São Paulo.

No mercado interno, em Araçatuba/SP, o preço é de R$ 197/@ a vista e abate para o dia 29 de abril. Em Anaurilândia/MS, o valor foi de R$ 180/@ a prazo com 20 dias e abate para o dia 30 de abril. Já em Carlinda/MT, foi de R$ 170/@ à prazo com 30 dias e abate para o dia 30 de abril.

O Boi China em São José do Rio Preto/SP, o pecuarista recebeu R$ 195 com 30 dias para pagamento e abate para o dia 02 de maio. Já em Paulo de Faria/SP, ficou em R$ 195/@ com 30 dias para pagamento e abate para o dia 05 de maio.

A média na praça de São Paulo, segundo o app da Agrobrazil, tivemos uma queda de 0,95%, fechando o dia em R$ 193,46/@. Os preços no estado de São Paulo, teve uma variação de R$ 190/@ até R$ 195/@. Já o Indicador do Cepea, teve uma alta de 4,66% fechando o dia em R$ 201,00/@.

Giro pelas praças 

No Mato Grosso, prevalece a lentidão no mercado físico do boi gordo. As indústrias continuam limitando as aquisições de animais, enquanto algumas plantas frigoríficas do Estado seguem fechadas, informa a FNP. Em Goiás, os frigoríficos também operam com abates reduzidos. Houve registro de poucos negócios na região, o que motivou a queda no preço da arroba.

No Mato Grosso Sul, os preços se mantiveram inalterados nesta quarta-feira. No entanto, o fluxo de negócios registrou relativa melhora com a reabertura de algumas plantas que estavam fechadas em decorrência da quarentena, informa a FNP.

No Norte e no Nordeste do Brasil, os pecuaristas conseguem especular valores melhores, retendo o gado terminado nos pastos, que apresentam boa disponibilidade de massa verde devido ao bom volume de chuvas. Nos Estados de Tocantins, Rondônia e Maranhã, os preços do boi gordo subiram nesta quarta-feira.

Em Paragominas, PA, além das boas condições climáticas, o ritmo de exportações de gado em pé também tem favorecido a firmeza nos preços – nesta quarta-feira, de acordo com a FNP, houve registro de embarque de um carregamento de 200 bezerros.

Em Minas Gerais, com a valorização da arroba, os pecuaristas aumentaram a oferta de gado, contribuindo para uma maior liquidez no mercado. As escalas de abril já estão completas e os frigoríficos começam a preencher o início do mês de maio.

Em São Paulo, a cotação também se manteve estável, porém firme. A oferta limitada de animais tem dificultado um maior avanço nas negociações.

Segundo a Scot Consultoria

Sem grandes mudanças no cenário pós-feriado, o volume negociado de boiadas está abaixo do padrão devido à queda do consumo interno. O feriado de terça-feira diminuiu ainda mais o volume de negócios na semana.

Pouca gente comprando e pouca gente vendendo colabora com a sustentação de preços, com isso, as escalas estão curtas e, em São Paulo, por exemplo, atendem entre três e quatro dias. 

Também na praça paulista, os preços seguem estáveis e com pouquíssimas negociações sendo concretizadas. Boiadas visando exportação têm ofertas acima da referência. 

Frigoríficos trabalham com abates reduzidos e/ou “pulam” dias de abate.

Exportação

A exportação de carne bovina, por sua vez está em bons volumes e tem sido o fator de sustentação do mercado. A baixa oferta também. 

Compre Rural com informações da Agrobrazil, FNP, Scot Consultoria e Portal DBO

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