A mosca-dos-chifres e seu impacto bilionário na pecuária brasileira

A mosca-dos-chifres tem apenas cerca de 2 milímetros, mas potencial para causar prejuízos de US$ 1,6 bilhão por ano, de acordo com a Embrapa

Por Antônio Coutinho* – Dezoito arrobas. Esse foi o peso médio dos bovinos no momento do abate, em 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais começou a ser realizada, em 1997, esse índice era de 15 arrobas. Traduzindo, isso significa que as carcaças saltaram de 220kg para 264kg (+20%) em 25 anos. Isso significa que a produção de carne bovina está em constante evolução, proporcionando maior rendimento por animal – algo que se reflete em rentabilidade e maior ganho ao pecuarista.

Porém, há crescentes preocupações, essencialmente relacionadas a dois temas: em primeiro lugar, à sanidade; e, em segundo lugar, ao bem-estar animal. Este conceito tem recebido atenção cada vez maior, em razão das exigências da sociedade e também da disseminação das práticas de ESG – sigla do inglês que se refere às responsabilidades ambiental, social e de governança. Alguns insetos, porém, despontam como agentes que prejudicam a saúde e o bem-estar do rebanho. Estar atento ao problema é imprescindível.

A mosca-dos-chifres (nome popular da Haematobia irritans) tem apenas cerca de 2 milímetros, mas potencial para causar prejuízos de US$ 1,6 bilhão por ano, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esse impacto financeiro deve-se ao fato de que os 250 milhões de bovinos do rebanho brasileiro – segundo a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), do IBGE – deixam de ganhar peso e/ou passam a produzir menos leite quanto infestados por esse inseto, presente em todas as regiões.

A mosca-dos-chifres é um inseto hematófago. Isto é, suga o sangue dos animais. Cada mosca pode dar mais de 40 picadas por dia, gerando desconforto e alto índice de estresse aos animais. Com isso, o gado acaba ficando bastante irritado, o que interfere negativamente na produtividade. Estimativas indicam que pode haver perda de até 40kg de peso vivo por cabeça, no caso do rebanho de corte. A perda evidentemente se reflete na diminuição do peso e desvaloriza o couro.

Na pecuária leiteira, as notícias não são melhores. O ataque da Haematobia irritans tem potencial para reduzir os 35 bilhões de litros produzidos por ano a aproximadamente 28 bilhões de litros. Em termos financeiros, calculados sobre a base de dados do IBGE, isso representaria perda de R$ 18 bilhões diretamente aos produtores rurais. E, sim, tudo isso é causado pelas moscas-dos-chifres, que têm ciclo de parasitismo de 3 a 7 semanas, pode voar distâncias de até 25 quilômetros e depositar 300 ovos por postura sobre fezes frescas.

 Uma importante solução para esse problema tem sido o uso de brincos mosquicidas na parte central do pavilhão auricular dos animais. Esta é uma solução oferecida pela Vetoquinol Saúde Animal, que está completando 90 anos de história. Entre as 10 maiores indústrias veterinárias do mundo, a empresa – que teve sua origem em Lure, na França – pesquisou e desenvolveu uma tecnologia de ponta e alta eficiência, Fiprotag 210, associando de forma exclusiva os princípios ativos Fipronil e Diazinon. A combinação oferece proteção por até 210 dias. 

Brincos mosquicidas de eficácia comprovada contra a mosca-dos-chifres estão se disseminando pelo Brasil, já que o combate a essa praga é urgente. Algumas soluções, como a da Vetoquinol, oferecem carência zero para o abate e a ordenha – o que significa que não há nenhuma perda para o pecuarista. Sem perda de tempo ou dinheiro, o combate eficaz aos parasitas tende, cada vez mais, a ser realizado com soluções que reestabeleçam o bem-estar do rebanho e abram as portas para melhores produtividades – com lucratividade. 

Antônio Coutinho é gerente de marketing e serviços técnicos da Vetoquinol Saúde Animal.

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