30 fêmeas da raça Nelore foram mortas, acarretando prejuízo de R$ 200 mil. Gerente do espaço acusa o MST, que afirma que a acusação é infundada.
A maior das grandes tragédias sem punição, todas as grandes manchetes falaram sobre a tragédia que ocorreu no Pará, mais precisamente em uma fazenda na região de Marabá – PA. A fazenda foi alvo de invasão do MST. Mas como ficou a punição? A fazenda mencionada está ocupada desde 2009 pelo Movimento Sem Terra (MST), assim como outras do Grupo Santa Bárbara, mas já possui liminar de reintegração de posse em vias de ser cumprida.
Os ataques, ou melhor, a morte dos animais foi uma verdadeira tragédia e um absurdo. O espaço foi alvo de dois ataques: um ocorrido no último dia 30 de novembro 2015, e um na madrugada de quarta-feira, com um total de 30 vacas mortas.
Todos os animais que foram abatidos, totalizaram 20 animais são animais de alto valor genético, todas as vacas estavam com prenhes confirmada. Elas eram animais da raça Nelore, receptoras e doadoras. Prejuízo passa dos R$ 200 mil.
As imagens são fortes, por isso foram colocadas ao final da matéria, um verdadeiro massacre contra as vacas que, por pertencerem ao fazendeiro, foram escolhidas como alvo na guerra pela posse de terras.
Acusações e Defesas
Segundo o gerente da fazenda, o espaço foi alvo de dois ataques. Ele acusa integrantes do Movimento Sem Terra (MST) que ocupam uma parte da fazenda há 6 anos de serem os autores da matança dos animais.
Já o MST, diz em nota, que a acusação é infundada e se coloca à disposição da sociedade e da Justiça para contribuir com as investigações.
“O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Pará (MST/PA) vem a público manifestar REPÚDIO as investidas dos latifundiários do Pará para criminalizar o Movimento e as centenas de famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra, que resistem nos acampamentos dessa região transformando fazendas antes improdutivas em comunidades de trabalho e produção de alimentos saudáveis.”
Enquanto a polícia não chega à autoria do crime, a Polícia Militar prepara uma ação para combater o furto e o comércio ilegal de gado.
“Esse gado morto tem um mercado receptador, então, nós queremos cortar essa relação entre quem mata, quem furta, e quem revende”, declarou o tenente coronel PM Mauro Sérgio.
Confira a apuração do caso abaixo das fotos:
O que se sabe…
Na época do atentando, uma equipe formada pelas Polícias Rodoviária Federal (PRF), Civil, Militar, Incra, Adepará e Ministério Público do Estado esteve no local para apurar as circunstâncias do caso.
Durante perícia realizada no local foram recolhidos cartuchos de espingardas de calibre 20, supostamente utilizadas pelo MST para matar os animais.
Além da suposta investigação do atentado ter sido feito pelo MST, ainda existe a possibilidade do gado ser alvo do abigeato na região, onde a carne era comercializada por estabelecimentos identificados pela Polícia.
“Continua a investigação pela Delegacia de Conflitos Agrários. Eu acredito que a partir de agora, com a oitiva dos proprietários desse estabelecimento, nós poderemos chegar até alguma autoria”, afirma o delegado Marcelo Delgado.
As autoridades também fiscalizaram açougues em uma vila próxima à fazenda e constataram a venda de carne sem documentos que comprovem a sua origem. Doze estabelecimentos foram fechados e os donos serão chamados para depor.
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“Após levantamentos preliminares que fizemos, que esta carne que está sendo retirada de dentro da fazenda está sendo vendida nesse comércio, intimamos os proprietários tanto para comparecer tanto na Vigilância Sanitária quanto na Delegacia de Conflitos Agrários para prestarem esclarecimentos de interesse da Justiça”, reforçou o delegado.
O caso de fato foi um inaceitável crime contra os animais, de uma crueldade extrema, e deve ser investigado e seus responsáveis descobertos e punidos.