“Para a JBS, por abranger as três principais proteínas (bovina, suína e de aves), essa mudança deve ter um impacto menor, a nosso ver…”
No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o consumo de carne bovina no país deve cair ao menor nível em 26 anos. O total deve chegar a 24,8 kg por pessoa ao final de 2022. A diferença é que, agora, os americanos também começam a promover mudanças em seus hábitos alimentares por causa da inflação. Com base em pesquisa mensal feita pela universidade estadual do Kansas, os analistas da XP traçam modificações importantes no cenário americano. “Com preços mais altos de carne bovina, suína e de aves, juntamente com o aumento da inflação e discussões em andamento sobre aumentos de juros, acreditamos que os consumidores dos EUA serão forçados a considerar algumas mudanças de hábito e provavelmente mudarão o perfil de consumo, partindo para as proteínas mais acessíveis”, escrevem.
Nessa conjuntura, o efeito para JBS e Marfrig, duas das maiores empresas do setor, é diferente, na visão dos analistas. “Para a JBS, por abranger as três principais proteínas (bovina, suína e de aves), essa mudança deve ter um impacto menor, a nosso ver, embora não seja o caso da Marfrig, uma vez que a companhia é exposta apenas à carne bovina”, opinam. “No entanto, como essa tendência já era esperada, juntamente com um aumento nos preços do gado, somos da opinião de que o mercado já precificou a mudança do ciclo nas ações de ambas as empresas e, portanto, reiteramos nossa recomendação de compra”, concluem. No acumulado do ano, os papéis de Marfrig caem 27%, enquanto os da JBS recuam 11%, ambos na B3.