A história e cenário atual da raça Tabapuã no Brasil

A raça Tabapuã é a terceira raça reconhecida zebuína formada por cruzamentos entre outras e sem uma fórmula matemática no mundo

José Otávio Lemos Tabapuã é uma raça zebuína formada com predomínio de Nelore e outros zebuínos, principalmente Guzerá e Indubrasil. Mas também teve um pitada de Gir. E o caráter mocho foi mantido com os acasalamentos para formação do grupo a partir da genética provinda do Mocho Nacional (Caracu Mocho).

Ela é a terceira raça reconhecida zebuína formada por cruzamentos entre outras e sem uma fórmula matemática (5/8, ¾…) no mundo. Pela ordem: Indubrasil, Brahman e Tabapuã.

O Tabapuã tem demonstrado pelos números de registros, e nos dados produtivos e reprodutivos colhidos por programas de melhoramento genético que está moldado para a funcionalidade no mundo tropical.

vaca tabapua com bezerro ao pe
Vaca Tabapuã com cria (foto por Jadir Bison)

A raça Tabapuã tem crescido no número de registros, e das raças zebuínas voltadas para o corte, é a segunda em animais controlados/registrados por ano. Isso demonstra que os criadores estão realmente satisfeitos com o desempenho dela, uma das melhores para produção de carne em menor tempo.

O ganho de peso do Tabapuã entusiasma os criadores, e mais qualidades, como docilidade, fertilidade, precocidade reprodutiva, conformação frigorífica e uma excelente habilidade materna.

O Tabapuã vem sendo criado com sucesso em quase todos os Estados do Brasil. E já foi exportada.

O nome do grupamento racial foi dado por causa da seleção feita especialmente por Alberto Ortemblad, e que recebeu o registro número 1 quando da abertura do livro para tal junto da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu – ABCZ, homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

Mas a história começou em 1907 na região de Leopoldo de Bulhões, no estado de Goiás. O fazendeiro José Gomes Louza se interessou pelos reprodutores zebus e importou alguns animais da Índia. Os irmãos Saliviano e Gabriel Guimarães, de Planaltina, adquiriram três desses touros e iniciaram cruzamentos com o gado mocho do próprio rebanho deles. Dali surgiram os primeiros zebuínos mochos no Brasil. Em 1912, vários desses animais já eram expostos na Feira da Cidade de Goiás. Na década de 30, Lourival Louza, neto de José Gomes, se dedicou ao cruzamento desses animais com o Nelore e deu origem ao gado anelorado mocho ou baio mocho, como ficou conhecido. O sangue do Guzerá, do Indubrasil do Gir foram introduzidos mais tarde e também fazem parte da formação do Tabapuã. E surgiram também o Gir Mocho e o Indubrasil Mocho.

Nos anos 40 o gado mocho começou a se espalhar por outras regiões. Júlio do Valle, proprietário da Fazenda São José dos Dourados, levou alguns desses animais de Goiás para São Paulo, e presenteou o amigo Alberto Ortenblad, da Fazenda Água Milagrosa, com um garrote zebuíno mocho, o T-0.

Atualmente, muitas fazendas com o Tabapuã, que não foi só formado pelos Ortenblad, mostram um trabalho bem alicerçado para fêmeas e machos, gado funcional, e que soube muito bem fixar o caráter mocho, propagado por muitos como um bom item de facilitação do manejo em muitas situações.

As avaliações zootécnicas só têm crescido em números bastante positivos para a raça e nas várias características importantes para o aumento de produção de carne, seja com ela pura ou em cruzamentos.

O Tabapuã tem ótimo ganho de peso (o segundo rebanho mais avaliado em provas de ganho de peso da ABCZ). O caráter mocho, em cruzamentos com outras raças tanto zebuínas como europeias, dá mais de 90% de animais sem chifres na produção. A docilidade também esta relacionada com a ausência de chifres. Habilidade materna demonstrada principalmente pelo desmame de crias mais pesadas. E a maioria dos rebanhos de seleção da raça tem uma idade jovem ao primeiro parto, e úberes bem conformados.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM