Comentarista, Alexandre Garcia, diz que o setor produtivo vai fazer como fez em outras crises e conseguir diminuir o impacto na economia brasileira.
No comentário desta quinta-feira, 2, no Rural Notícias, Alexandre Garcia falou sobre a importância do agronegócio para manter a economia brasileira funcionando.Em dias tão incertos, a única certeza é de que todos precisam de alimentos e o agro não pode parar.
“Eu quero falar com vocês, que vão ter que carregar o piano outra vez. Já fizeram isso com o maior brilhantismo na maior recessão da história, no governo Dilma, que só não pior graças a vocês. O PIB não caiu mais graças à produção do agro”, disse.
O que se vê em todo o Brasil é o setor se mobilizando para não parar a produção e entidades, ao lado do governo, tentando providenciar soluções que façam os produtos chegarem à mesa dos brasileiros e de vários países.
“Eu sei que pode haver problemas internacionais, com a queda de preços. Mas as pessoas não podem parar de comer e vocês têm a capacidade de alimentar o Brasil e mais 1 bilhão de pessoas nesse mundo”, disse Alexandre Garcia.
Para que o agro continue a funcionar, é preciso, segundo ele, empenho de todas as partes. “Quero lembrar os prefeitos e governadores para não atrapalharem o agro. Mais uma vez o piano pesado estará em boas mãos, afinal o agro trabalha em casa, sete dias de semana e 24 horas por dia quando é necessário. Parabéns a vocês, pois estão com uma responsabilidade enorme e a esperança do país está depositada em vocês”.
‘Brasil vai continuar sendo o celeiro da China e do mundo’
O reaquecimento da demanda da China impulsionou as exportações brasileiras de soja em grão em março. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques somaram 11,6444 milhões de toneladas, alta de quase 34% em relação ao mesmo período de 2019.
Entretanto, o acordo comercial entre China e Estados Unidos segue no radar do agro brasileiro, que teme perder espaço nos próximos meses já que os asiáticos se comprometeram em comprar US$ 200 bilhões em produtos americanos, incluindo soja e carnes.
O presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang, não vê grandes problemas no horizonte, mas admite que a competição com os EUA pode diminuir um pouco os embarques brasileiros. “Acredito que as exportações vão continuar aquecidas, temos uma ministra muito capaz que já foi à China negociar várias vezes. Talvez não continuem tão fortes, mas continuarão”, afirma.
- Taxa de juros: Banco Central eleva Selic para 11,25% a.a.
- Cecafé diz esperar ‘racionalidade’ comercial dos EUA após eleição de Trump
- Recuperação judicial: agro tem alta de 20,5% no 3º tri no número de empresas
- Efeito Trump: dólar e juros em alta geram incertezas ao agro
- Abertura de mercado no Marrocos para exportação de azeite de oliva brasileiro
O professor da Universidade de São Paulo (USP) Celso Grisi afirma que para evitar desabastecimento em meio à crise de coronavírus, os chineses devem comprar tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos. “Temos vantagem de um dólar extremamente valorizado, que aumenta as margens dos produtores e tradings, além de favorecer estocagem a nível competitivo na China”, diz.
Com o petróleo em baixa puxando os preços das commodities como o milho e soja, Grisi não descarta que Brasil e Estados Unidos acabem disputando mercado, o que poderia causar um mal estar entre Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Fonte: Canal Rural