A cada onze minutos, um produtor de leite deixa atividade

Atividade que é um pilar na economia do Brasil, tem perdido produtores de leite a cada ano e os fatores são vários. Entenda!

A triste verdade para a cadeia do leite é que a cada 11 minutos estamos perdendo um produtor de leite, mas os fatores são variados. Segundo o economista, mestre e doutor em economia aplicada Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, os pecuaristas estão deixando a atividade por falta de investimento em tecnologia e problemas na sucessão familiar.

A grande questão em todo esse processo, e isso precisamos debater ainda mais, é que a pecuária está passando por transformações, algumas silenciosas e radicais. Entretanto, não se alarmem e achem que a atividade está fadada ao declínio e extinção. Existe um percentual de novos produtores que estão entrando na atividade, mas eles tem uma percepção mais empresarial do que é a produção de leite.

Se olharmos para as propriedades que tem uma visão direcionada para o lado “empresarial”, e não estamos falando só das propriedades de 5 mil litros, esses tem sua produção embasada no bem-estar animal, nutrição de precisão, utilização de genômica para o melhoramento e, principalmente, a utilização de tecnologias.

Venho abordando a grande importância de se utilizar uma gestão eficiente, independente do volume de leite produzido, para poder obter lucro com a atividade. A grande diferença entre um produtor bem sucedido e o mal sucedido é a gestão do negócio.

Os produtores que deixam a tecnologia para fora da porteira, já estão sendo penalizados pelo mercado, isso já é uma realidade posta. “No leite, a cada dez anos, quando a gente compara o Censo (Agropecuário), nós estamos deixando 25% dos produtores fora (da atividade). Um a cada onze minutos. Então durante a nossa entrevista aqui, nós vamos perder dois produtores”, lamentou Martins.

“Uma parte é porque tem problema de sucessão familiar, que acontece de maneira geral. […] Tem uma outra parte, aí uma parte grande, que é questão de não acompanhar a tecnologia”, esclareceu.

Em uma entrevista concedida pelo Marcelo Grossi, Gerente Técnico de Gado de Leite Sudeste da DSMquando questionado sobre a diferença dos níveis tecnológicos e de produção do setor, e se aconteceria um nivelamento ele pondera que sim, e que seria nivelado por cima.

“Os custos fixos sobem em uma taxa 3x superior ao preço de leite e cada vez mais pequenos produtores ou produtores de baixa tecnologia irão evoluir para confinamento e para produções cada vez superiores, usando cada vez mais insumos. Haverá pequenos nichos verticalizados (leite orgânico e derivados ou mesmo leite A etc) mas o grosso será nivelado. Nossa taxa de perdas de produtores desde 2006 é de mais de 35.000 fazendas ao ano e ainda assim nossa produção fiscalizada sobe acima dos 3% a.a”, ressalta Marcelo.

Em resumo, a pecuária está passando por uma revolução. Felizmente ela chegou e deve ser cada vez mais severa para quem não se atualizar dentro das suas exigências. Chegou a hora de mudar, pensar em produtividade/lucratividade, pensar em planejamento, pensar em gestão e, principalmente, pensar em NEGÓCIO.

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