A taxa de prenhez é um indicador muito eficiente, mas o seu cálculo depende da avaliação de outras duas taxas de monitoramento, confira as dicas!
O bom desempenho reprodutivo traz muitos benefícios ao produtor leiteiro e principalmente o aumento da produção. A taxa de prenhez é um índice para se avaliar a velocidade com a qual se consegue emprenhar as vacas dentro de um rebanho leiteiro. Quanto maior esse índice, maior a eficiência reprodutiva na fazenda.
A taxa de prenhez é um indicador muito eficiente, mas o seu cálculo depende da avaliação de outras duas taxas de monitoramento:
Taxa de serviço
Porcentagem de vacas inseminadas em relação ao total de vacas aptas em um período de 21 dias.
Taxa de concepção
Porcentagem de vacas gestantes em relação ao total de vacas que foram inseminadas
Com os dados de ambas, o produtor consegue avaliar a taxa de prenhez. Por isso é preciso dar atenção a todas as informações pertinentes ao manejo reprodutivo para a avaliação do todo.
Vantagens do aumento da prenhez
Segundo o médico veterinário José Luiz M. Vasconcelos em um artigo na revista Milkpoint, há diversas vantagens no aumento da taxa de prenhez como:
- Aumento do número de nascimentos por ano (maior taxa de reposição ou crescimento);
- Redução do número de vacas necessárias para reposição (animais disponíveis para venda);
- Redução do número de animais de substituição;
- Seleção melhorada nas escolhas das fêmeas para produção;
- Aumento do progresso genético.
Dicas para aumentar a taxa de prenhez
Baseado no médico veterinário Hilton Silveira Ribeiro, especialista em bovinocultura leiteira, pode-se seguir nove passos para aumentar a taxa de prenhez do rebanho de leite.
1 – Saber calcular a taxa para o monitoramento adequado
Faça o cálculo para descobrir a taxa de prenhez na sua propriedade a partir dos valores das taxas de serviço e da taxa de concepção, como abordado anteriormente:
Taxa de Serviço X Taxa de Concepção = Taxa de Prenhez
2 – Respeitar o “Período de Espera Voluntário” (PEV)
É preciso esperar alguns dias após o parto antes de se fazer uma nova inseminação, mesmo que ela entre em cio, devido à involução uterina que leva em média 43 dias até estar preparado para nova gestação. Essa é uma questão fisiológica do animal. Respeitar esse tempo, que dura geralmente de 35 a 60 dias, é necessário para a “recuperação” do sistema reprodutivo da vaca após o parto.
3 – Detectar corretamente o cio
O fator mais limitante para o desempenho reprodutivo é a detecção de cio. Ser eficaz na realização desta tarefa requer precisão e regularidade.
A duração de um ciclo de cio varia entre 18 e 24 dias e ocorre a cada 21 dias, em média. Sendo assim, é essencial ter uma ferramenta adequada na propriedade para reunir todas as informações relacionadas ao comportamento da vaca e seus sinais de cio. Para auxiliar neste processo, podem ser utilizados programas de gerenciamento de rebanho ou simplesmente um calendário 21 dias. O importante é registrar as informações.
4 – Aumentar a Taxa de Serviço ( TS )
Lembre-se de que quanto maior a taxa de serviço, mais vacas ficarão prenhas. O melhor momento para inseminar oferece uma ampla janela das 6:00h às 18:00h após os primeiros sinais de cio.
5 – Verificar profissionalmente a prenhez
Para a confirmação de prenhez existem alguns testes como: ultrassonografia, teste no leite ou sangue e entre outros, que fornecem um diagnóstico precoce que permite rapidamente tomar medidas e colocar a ênfase sobre as vacas que não estão prenhas. A eficiência reprodutiva depende muito de quão rapidamente o produtor é capaz de confirmar que uma vaca está prenha ou não.
6 – Dar atenção aos intervalos entre as inseminações
A falha principal no manejo reprodutivo é a baixa taxa de serviço, assim o intervalo entre inseminações requer atenção.
O serviço deve ser considerado um sinal de detecção de cio e deve, portanto, desafiar o produtor a acompanhar e observar dentro de 18-21 dias possíveis retornos desse cio.
7 – Confirmar a prenhez aos 60 dias
É comum ocorrer perdas embrionárias após 56 dias de gestação. Portanto, é um bom momento para confirmar se as vacas continuam gestantes. Testes de alta eficácia neste período podem confirmar a gestação, como por exemplo: teste de palpação, ultrassom, teste de sangue e análise do leite.
8 – Reduzir o estresse do animal no parto
Este é um período crítico para a vaca e seu futuro reprodutivo. Cada fator de estresse influencia a qualidade dos ovócitos que estarão disponíveis cerca de 60 dias depois, o que afetará a taxa de concepção da vaca durante a próxima lactação. Todas as mudanças não gerenciadas, como preparação de parto deficiente, dificuldades de parto, problemas pós-parto ou estresse metabólico, terão um impacto sobre a rapidez com que uma vaca pode emprenhar novamente.
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9 – Reduzir os intervalos de parto
E como os lucros podem ser melhorados? A redução do intervalo de partos permite um aumento considerável da produção por vaca por dia – cada 30 dias a menos do intervalo entre partos pode gerar cerca de 8% a mais na produção de leite.
Esses passos, se bem aproveitados, irão interferir diretamente na lucratividade da propriedade leiteira.
** Colaboração: Prof. Bruno Salomon Guimarães da Academia do Leite
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