5 principais doenças da soja que o produtor precisa conhecer

Ferrugem Asiática, Mancha-alvo, Antracnose, Oídio e Mofo-branco: saiba como essas doenças impactam a soja e os métodos para controle eficiente.

A soja é uma das culturas mais importantes do agronegócio brasileiro, sendo responsável por uma parte significativa das exportações e movimentando bilhões na economia. 

Segundo a Embrapa, a área plantada com soja no Brasil foi estimada em aproximadamente 39 milhões de hectares, resultando em uma produção total que ultrapassou 150 milhões de toneladas só em 2023.

No entanto, os produtores enfrentam diversos desafios que comprometem a produtividade e a rentabilidade, entre eles as doenças que atacam a cultura da soja. 

Gigante dos pastos

Doenças que mais afetam a cultura da soja

A lavoura de soja está sujeita à ação de pragas e doenças. Entre as doenças mais comuns e preocupantes estão a Ferrugem Asiática, a Mancha Alvo, o Mofo Branco, entre outras. Conheça as 5 principais doenças e como elas surgem nas plantações.

1 – Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi)

A Ferrugem Asiática, ou Ferrugem da Soja, é considerada a doença mais prejudicial à soja no Brasil. Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, essa doença é identificada pelas lesões nas folhas, que apresentam pequenas pústulas de coloração marrom-escura. 

As condições ideais para o desenvolvimento da ferrugem são temperaturas entre 18°C e 26°C e alta umidade, características comuns em várias regiões produtoras do Brasil.

Folhas de soja saudáveis e com ferrugem da soja. Foto: Fernanda Farias/Agro Estadão

A ferrugem pode causar desfolha precoce, o que afeta a capacidade de fotossíntese da planta, resultando em perdas que podem chegar a 90% da produção se não for controlada.

A prevenção é a melhor estratégia, com o uso de cultivares resistentes e o tratamento de sementes. Além disso, o controle químico com fungicidas específicos é necessário, sempre associado ao manejo integrado de doenças. O monitoramento constante é essencial para identificar a doença em estágios iniciais.

2 – Mancha alvo (Corynespora cassiicola)

    A Mancha alvo é causada pelo fungo Corynespora cassiicola e se manifesta como manchas circulares escuras nas folhas da soja. O desenvolvimento da doença é favorecido por climas quentes e úmidos, sendo uma ameaça constante para os produtores.

    Folha de soja com mancha alvo. Foto: Fernanda Farias/Agro Estadão

    A mancha alvo reduz a área foliar fotossintetizante, prejudicando o desenvolvimento das plantas e podendo causar quedas de até 30% na produtividade.

    A rotação de culturas é fundamental para prevenir a disseminação do fungo. O tratamento de sementes e a aplicação de fungicidas também são recomendados para minimizar os danos.

    3 – Antracnose (Colletotrichum truncatum)

      A Antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum truncatum, afeta principalmente vagens, hastes e folhas da soja. Os sintomas incluem lesões que escurecem e se expandem, podendo levar à morte de plantas em casos graves.

      Soja com antracnose. Foto: Adobe Stock

      Além de reduzir a qualidade das sementes, a antracnose pode causar perdas significativas na produção de grãos, especialmente em anos de clima favorável à doença.

      A utilização de sementes certificadas e sadias é o primeiro passo para evitar a antracnose. A rotação de culturas e a aplicação de fungicidas durante a fase crítica de desenvolvimento também são essenciais.

      4 – Oídio (Microsphaera diffusa)

      O Oídio, causado pelo fungo Microsphaera diffusa, é facilmente identificado pela presença de um pó branco nas folhas, que é o micélio do fungo. Climas secos e moderadamente quentes favorecem o desenvolvimento da doença.

      Folha de soja afetada por oídio. Foto: Adobe Stock

      O oídio reduz a capacidade de fotossíntese das plantas, resultando em perdas de produtividade de até 20%, além de provocar queda prematura das folhas.

      A escolha de cultivares resistentes é fundamental. O manejo adequado da adubação também ajuda a fortalecer as plantas contra o oídio. Em casos de alta infestação, o uso de fungicidas pode ser necessário.

      5 – Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum)

      O Mofo-branco é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum e se manifesta como uma camada de micélio branco nas hastes e vagens da soja. Essa doença é mais comum em áreas com histórico de alta umidade e temperaturas amenas.

      Mofo branco na soja. Foto: Embrapa/Divulgação

      O mofo-branco provoca a morte de plantas e dificulta a colheita, devido ao endurecimento dos escleródios, resultando em perdas de até 50% na produção.

      A rotação de culturas e o manejo do solo são estratégias fundamentais. O controle biológico com o uso de agentes como Trichoderm tem ganhado espaço como uma alternativa sustentável ao uso de fungicidas.

      Estratégias de manejo integrado de doenças

      Para combater as doenças da soja de maneira eficiente e sustentável, o manejo integrado de doenças é a estratégia mais recomendada. Ele combina várias práticas agrícolas que, quando aplicadas de forma conjunta, minimizam a ocorrência de doenças e reduzem a necessidade do uso de químicos.

      Resistência genética: O uso de cultivares resistentes é a primeira linha de defesa contra doenças como ferrugem e oídio.

      Tratamento de sementes: A aplicação de fungicidas nas sementes ajuda a prevenir infecções desde o início do ciclo da planta.

      Rotação de culturas: Alternar o cultivo da soja com outras culturas dificulta a proliferação de fungos e outros patógenos no solo.

      Manejo do solo: A adoção de práticas como o plantio direto e a correção de nutrientes são fundamentais para manter o solo saudável e diminuir o impacto de doenças.

      Controle biológico: O uso de agentes biológicos, como fungos antagonistas, tem mostrado resultados promissores no controle de doenças como o mofo-branco.

      Controle químico: O uso racional de fungicidas é essencial para controlar surtos de doenças, sempre respeitando as doses recomendadas para evitar a resistência dos patógenos.

      Monitoramento da lavoura e doenças da soja

      O monitoramento constante da lavoura é indispensável para a detecção precoce de doenças. As principais técnicas incluem:

      • Inspeção visual: A observação regular da lavoura permite identificar os primeiros sinais de doenças.
      • Armadilhas: Úteis para detectar a presença de insetos vetores de doenças.
      • Sensores remotos: O uso de drones e imagens de satélite facilita o monitoramento de grandes áreas, identificando pontos críticos da lavoura.
      • Plataformas digitais: Softwares específicos auxiliam na gestão da lavoura e na tomada de decisões com base nos dados coletados em campo.

      O conhecimento sobre as principais doenças da soja e a adoção de práticas preventivas são essenciais para garantir a produtividade e a lucratividade da lavoura. 

      Por isso, a Embrapa tem promovido cursos e treinamentos focados no manejo fitossanitário da soja, abordando temas como: fisiologia vegetal, manejo integrado de doenças e pragas e tecnologias de aplicação de agroquímicos.

      Essas iniciativas visam equipar os produtores com conhecimento e ferramentas para enfrentar os desafios fitossanitários da cultura da soja.

      *Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

      Fonte: Agro Estadão

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      ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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