Frigoríficos que compram gado ligado ao desmatamento da Amazônia têm crédito negado por 21 bancos; confira a lista completa das instituições ligadas ao acordo
Cerca de 20 bancos brasileiros só vão emprestar dinheiro para frigoríficos e abatedouro de animais que comprovem nenhum envolvimento com o desmatamento e compra de gado ilegal de áreas da Amazônia e do Maranhão.
Conforme a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a decisão vale vale para fornecedores diretos e indiretos e faz parte de um protocolo comum de autorregulação para a cadeia de carne bovina.
Assim, até o momento, 21 bancos se comprometeram a negar crédito a frigoríficos que compram gado ligado ao desmatamento, segundo norma divulgada nesta terça-feira (30). Entre as instituições financeiras participantes, estão os cinco maiores bancos do país: Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal.
O tamanho da área desmatada na Amazônia durante os quatro primeiros meses de 2023 foi 36% menor que no mesmo período de 2022, segundo monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização que desde 1990 reúne pesquisadores que se dedicam a estudar aspectos relativos ao uso e conservação dos recursos naturais da região.
Entre janeiro e abril deste ano, a retirada parcial ou total da cobertura vegetal amazônica atingiu uma área de 1.203 km². No primeiro quadrimestre do ano passado, foram desmatados 1.884 km².
Frigoríficos na mira
Confira a lista de bancos que aderiram ao movimento, conforme a Febraban:
- ABC Brasil
- Bradesco
- BTG Pactual
- Citibank
- Sicredi
- Daycoval
- Banco do Brasil
- Banco do Estado do Pará
- Banrisul
- Banco do Nordeste
- Banco Fibra
- Banco Mercantil
- Banco Original
- Banco PAN
- Banco Safra
- Santander Brasil
- Banco Toyota do Brasil
- Banco Votorantim
- Caixa Econômica Federal
- China Construction Bank Banco Múltiplo
- Itaú Unibanco
As novas regras, aprovadas em março, determinam que os bancos participantes da Autorregulação irão solicitar aos seus clientes frigoríficos, na Amazônia Legal e no Maranhão, a implementação de um sistema de rastreabilidade e monitoramento que permita demonstrar, até dezembro de 2025, a não aquisição de gado associado ao desmatamento ilegal de fornecedores diretos e indiretos.
Este sistema deverá contemplar informações como embargos, sobreposições com áreas protegidas, identificação de polígonos de desmatamento e autorizações de supressão de vegetação, além do Cadastro Ambiental Rural (CAR) das propriedades de origem dos animais. Aspectos sociais, como a verificação do cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo, também foram considerados.
“Os bancos estão no epicentro das cadeias produtivas do país e irão estimular ações para desenvolver uma economia cada vez mais sustentável”, afirma Issac Sidney, presidente da Febraban, que complementa: “O setor tem consciência de que é necessário avançar no gerenciamento e na mitigação dos ricos sociais, ambientais e climáticos nos negócios com seus clientes e canalizar cada vez mais recursos para financiar a transição para a Economia Verde.”
“Sabemos que há uma série de entraves para que a rastreabilidade atinja todo o ciclo, principalmente os produtores em estágios iniciais da cadeia de fornecimento. Esses desafios passam pela existência de bases de dados atualizadas, precisas e abrangentes, além da própria capacidade de pequenos pecuaristas, por exemplo, em se adequar. Por isso, iniciamos com os fornecedores diretos dos frigoríficos e o primeiro nível dos indiretos, o que já demonstra avanço, e definimos alguns mecanismos alternativos, por exemplo para os frigoríficos de pequeno porte”, finaliza o diretor de sustentabilidade da Febraban, Amaury Oliva.
Confira a regulamentação completa no site da FEBRABAN.
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