
Ficar atento à cor, cheiro, textura e temperatura da carne pode evitar intoxicações alimentares graves. Casos de venda irregular acendem alerta para o consumidor.
O consumo de carne imprópria para o consumo é um risco real à saúde pública no Brasil. Nos últimos meses, ações conjuntas entre a Vigilância Sanitária e as polícias estaduais têm flagrado açougues comercializando carnes estragadas, com sinais evidentes de apodrecimento e más condições de armazenamento. Em muitos casos, a carne estava fora da temperatura ideal e apresentava cheiro e aparência incompatíveis com um produto saudável.
Em meio a esse cenário preocupante, entender como identificar uma carne em bom estado torna-se não apenas uma atitude preventiva, mas um gesto de responsabilidade com a própria saúde e da família.
Como saber se a carne está estragada?
A identificação da carne imprópria [carne estragada] pode ser feita usando os sentidos básicos: visão, olfato e tato. Confira os principais sinais:
1. Cor
- Carnes bovinas devem apresentar tonalidades de vermelho, variando entre cereja e púrpura.
- Carnes embaladas a vácuo podem parecer mais escuras ou azuladas por falta de oxigênio — o que não significa necessariamente que estão estragadas.
- Atenção: tons esverdeados, alaranjados, amarelados ou marrons, bem como manchas irregulares, indicam deterioração.
- Aves frescas têm cor branco-mármore ou levemente amareladas; se estiver acinzentada ou esbranquiçada, desconfie.
- Carne suína deve apresentar cor rosada acinzentada; mudanças abruptas também são indícios de decomposição.
2. Textura
- A carne boa deve ser firme ao toque e elástica.
- Textura pegajosa, viscosa ou escorregadia denuncia a presença de bactérias em processo de decomposição.
3. Cheiro
- A carne fresca tem odor neutro ou levemente metálico.
- Um cheiro forte, azedo, azedado ou de podridão é sinal claro de que o produto já iniciou sua degradação.
4. Temperatura
- A carne deve ser mantida entre 0°C e 5°C.
- A exposição em temperatura ambiente por mais de uma hora já pode comprometer a qualidade.
- Mesmo após o cozimento, a carne deve ser refrigerada se não for consumida em poucas horas.
Outros fatores para observar na compra
- Data de validade: nunca compre carnes vencidas ou muito próximas do vencimento.
- Integridade da embalagem: furos, bolhas ou líquidos vazando são alertas.
- Embutidos e processados: o tempero pode mascarar carne ruim. Verifique se o produto é registrado no MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) e tem selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal).
- Preço abaixo do normal: promoções muito agressivas podem esconder irregularidades.
- Reputação do estabelecimento: compre em locais confiáveis, com estrutura limpa e funcionários devidamente equipados.
Febre, vômito, dor de cabeça, diarreia e azia são sintomas comuns de intoxicação alimentar causada por carne em más condições de consumo ou, até mesmo, em carne estragada. Os efeitos podem ser ainda mais severos em crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas.

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de casos de intoxicação alimentar ocorrem anualmente no mundo, com parte significativa associada ao consumo de carne contaminada ou mal armazenada.
O cuidado com a carne deve começar na criação do gado e se estender até o balcão do supermercado ou do açougue. Rastreabilidade, boas práticas sanitárias e controle de temperatura são pilares essenciais. E o consumidor é a última linha de defesa: a atenção aos detalhes pode fazer toda a diferença.
Investir tempo para aprender a identificar sinais de carne estragada não é perda de tempo, é ganho em saúde e qualidade de vida. Afinal, uma alimentação segura é sinônimo de bem-estar — e isso começa com escolhas conscientes, diariamente.
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