
IMAGENS FORTES! O frio matou mais de 1.071 animais em Mato Grosso do Sul na semana mais gelada de 2023. O prejuízo para os pecuaristas somam mais de R$ 3 milhões, alguns estão utilizando fogueiras para aquecer os animais!
Gado morre de frio? Com certeza você já se perguntou isso e se assusta com tal fato de ser verdadeiro isso. Entretanto, quem se assusta mais e irá sentir o prejuízo da tragédia são os pecuaristas do Mato Grosso do Sul, que na última semana perderam mais de mil bovinos nos pastos. Confira os vídeos abaixo, com imagens que são fortes e tristes.
O diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Daniel Ingold, explica que o gado é mais adaptável ao clima quente e a queda brusca de temperatura deixa os animais mais expostos. Ingold afirma que o número de animais mortos em Mato Grosso do Sul pode ser maior.

Morte de gado em MS
1.071 cabeças de gado morreram de frio em Mato Grosso do Sul desde quarta-feira (14). A Iagro estima que o prejuízo tenha sido de mais de R$ 3 milhões para os produtores rurais. As mortes ocorreram principalmente na região da Nhecolândia, no Pantanal sul-mato-grossense. Equipes da Iagro estão percorrendo as propriedades onde há suspeitas de morte por condições climáticas. Dados do Inmet mostraram que na madrugada desta sexta-feira (16), os termômetros marcaram 11°C em Corumbá, com sensação térmica ainda mais baixa: 9°C .
“Foram as temperaturas registradas mais baixas desse ano. E hoje é possível que ocorram mais mortes”, afirmou Daniel Ingold.
Em Mato Grosso do Sul, a maior concentração de gado morto é na região do Pantanal, conforme mapeamento da Iagro. Dos mais de mil animais mortos, mais de 600 morreram na área do bioma.
Ingold explica que no Pantanal a exposição dos animais ao frio é muito maior, devido o bioma estar em época de cheia, ser uma planície e com poucos abrigos naturais. “Lá no Pantanal é uma planície, tem pouca defesa para o animal se abrigar do frio. No campão aberto é muito frio. Como o bioma está em cheia, a umidade aumenta e o vento fica cada vez mais frio. Os animais tem poucos abrigos e com este frio acabam morrendo”, complementa.
Mapeamento foi feito para levantar a radiografia das mortes de animais em Mato Grosso do Sul. Ingold disse que equipes da Iagro foram até os pontos com maior concentração de mortes e confirmaram os óbitos por hipotermia.
O especialista faz o alerta: “de jeito nenhum os animais mortes devem ser comercializados. O animal é tem que ser cremado ou enterrado”.
Produtor rural faz fogueiras para aquecer gado do frio
Para evitar novas perdas, vários fazendeiros estão optando por um método antigo: acender fogueiras na pastagem para aquecer os animais. Após os registros dos óbitos, vídeos e fotos de animais aglomerados em volta de uma fogueira já circulam nas redes sociais.
Os produtores não quiseram dar entrevista, só justificaram que adotam a alternativa nos períodos de frio conforme os costumes dos antepassados.

A veterinária de grandes animais, Tábitha Perondi, explica que não é comum fazer fogueiras, mas é uma alternativa. “O ideal seria ter árvores para proteger o animal do calor e do frio. Mas na falta de bosques e em áreas descampadas essa pode ser uma forma de proteção térmica”, afirma.
Ela ressaltou a importância do bem-estar do gado, pois impacta diretamente na produção. “Eu gosto de explicar o conforto térmico com uma pergunta: você gostaria de passar todos os dias da sua vida, o tempo todo no sol, na chuva e no frio?! Acredito que não. Com os animais é a mesma coisa, independente da espécie e tipo de produção. Os bosques conferem aos animais proteção contra calor, sol, frio e vento, por isso são tão importantes quando falamos de produção animal. Em situação de estresse térmico os animais comem menos, gastam mais energia causando perdas tanto em peso, como até mesmo, em reprodução. Como diz uma música que meu pai costuma cantar pra mim “o boi é bicho, mas tem alma sob o couro””.
No vídeo é possível ver várias novilhas, tipo de gado novo, em círculos espalhados no mangueiro. Os animais estão se protegendo do frio ao entorno das brasas de fogueira improvisadas pelo produtor rural.
“O que aconteceu agora é uma inversão. Os animais que estão com o corpo quente estiveram expostos a uma temperatura muito baixa. Com umidade elevada, vento e frio, fica mais difícil dos animais resistirem”, explica Ingold.
O diretor-presidente da Iagro comenta que a maior parte das mortes ocorreu em locais com menos oferta de pasto e ausência de abrigos naturais ou até mesmo artificiais. O agravamento da hipotermia no gado também pode estar relacionado ao baixo estado nutricional dos animais e pouca disponibilidade de pastos, como detalha Ingold.
“A hipotermia no gado segue a mesma explicação da hipotermia nos humanos. Os animais ficam expostos a baixas temperaturas e acabam morrendo”, complementa o especialista.
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