Ministério da Agricultura comunicou que as informações sobre tipo do grão e grau de torra, que passarão a ser obrigatórios nas embalagens, serão as que mais terão impacto sobre o consumidor
A vida do consumidor de café no Brasil deverá ficar um pouco menos complicada a partir do próximo ano – se não em relação ao preço, pelo menos no que se refere às informações do produto na embalagem.
A partir do dia 1º de janeiro de 2023, o novo padrão oficial de classificação do café torrado passa a vigorar em todo o território nacional.
Os novos parâmetros foram estabelecidos pela Portaria SDA 570 do Ministério da Agricultura, publicada no Diário Oficial do último dia 11.
Elaborado a partir de um trabalho conjunto entre o órgão e representantes da indústria, o documento define as exigências de classificação do produto, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem na embalagem do produto.
Com isso, informações fundamentais para o consumidor – como o tipo de grão e o grau de torra – passam a ser colocadas nas embalagens de forma mais direta e visível.
“A nova classificação vai dizer de forma direta qual tipo de café comprador está levando para casa: Robusta, Arábica ou Conilon. Ele também saberá se a torra está enquadrada em um dos tipos determinados: clara, média ou escura”, explicou a coordenadora de Regulamentação da Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Karina Coelho.
O ministério afirma que, a rigor, o que se busca é a garantia da qualidade do café torrado para todos os tipos de cafés.
Fiscalização
Ainda de acordo com o órgão, o Padrão Oficial de Classificação do Café Torrado tornará possível que o órgão fiscalizador possa verificar e controlar a qualidade, as condições higiênico-sanitárias e a identidade dos produtos de origem vegetal oferecidos aos consumidores.
“O que ocorre atualmente é que os consumidores compram o café com base apenas na afinidade que possuem com alguma marca. Se ele ler na embalagem que um café é ‘Extraforte’, vai acreditar nisso porque aquele determinado fabricante faz essa afirmação. O que essa nova classificação vai fazer é oferecer critérios objetivos para que ele possa escolher”, disse Karina.
O documento também contempla o café descafeinado – para ser classificado dentro dessa categoria, o grão não poderá ter um teor de cafeína superior a 0,1%.
O Ministério da Agricultura vai fiscalizar todo o processo – da fábrica aos locais de venda. Isso poderá ser feito por meio de denúncias ou nas ações de rotina.
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Detritos e impurezas
Karina afirma que, além do tipo e da torra, o novo padrão de classificação também vai se preocupar com o nível de pureza do café.
O documento limita a 1% a quantidade de matéria estranha – detritos ou impurezas – que podem estar presentes na embalagem.
- Detritos são elementos que não pertencem ao cafeeiro;
- Impurezas são elementos que pertencem ao próprio cafeeiro, mas não são próprios para consumo, como a casca da planta.
Segundo técnicos do ministério, já houve casos nos quais foram encontrados milho no café, o que não é permitido.
A portaria prevê a proibição de venda caso um café seja considerado impróprio para o consumo humano. Isso acontece se o produto apresentar mau estado de conservação, odor estranho, teor de impureza acima de 1% e elementos considerados diferentes na composição.
Fonte: G1