![Vassoura de bruxa na mandioca](https://www.comprerural.com/wp-content/uploads/2025/02/Vassoura-de-bruxa-na-mandioca-750x430.jpg)
A doença vassoura de bruxa foi constatada nos plantios de mandioca das terras indígenas de Oiapoque, município do estado do Amapá, localizado na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa.
Uma nova praga foi detectada na mandioca, mas calma, não é a mesma do cacau e não oferece risco à saúde humana. A Vassoura de Bruxa da mandioca afeta apenas plantações do Amapá, enquanto a do cacau já é conhecida em várias regiões do Brasil. O fungo não representa qualquer risco à saúde humana, apesar de ser altamente destrutivo para as lavouras de mandioca.
A Embrapa havia anunciado em agosto do ano passado a descoberta do primeiro caso de Vassoura de Bruxa na mandioca no Brasil. Esse achado representou um marco preocupante para a Agricultura nacional, uma vez que a mandioca é um dos pilares da alimentação e da economia do país, sendo amplamente cultivada em diversas regiões.
Segundo a Embrapa, o caso foi identificado em uma área experimental localizada no município de Rio Branco, no Acre. Essa é a primeira vez que o patógeno é encontrado atacando a mandioca, o que levanta preocupações sobre o potencial impacto na produção agrícola.
O Ministério da Agricultura declarou na semana passada estado de emergência fitossanitária para o surto da praga quarentenária Rhizoctonia theobromae (Ceratobasidium theobromae) que atinge lavouras de mandioca. A praga causa a doença conhecida como vassoura-de-bruxa da mandioca. O estado máximo de alerta vale para os Estados do Pará e do Amapá e terá vigência de um ano. A medida foi publicada em portaria no Diário Oficial da União.
“Durante a vigência do estado de emergência fitossanitária, todas as ações necessárias para erradicar a praga e evitar sua disseminação para outras áreas produtivas poderão ser adotadas com mais agilidade, tanto em nível federal quanto estadual”, afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, na nota.
E a Vassoura de Bruxa no Cacau?
A praga, declaradamente nova no país, conhecida na literatura como “vassoura de bruxa” da mandioca, não tem qualquer relação com a vassoura de bruxa do cacaueiro.
A introdução criminosa da doença vassoura-de-bruxa nas plantações de cacau do sul da Bahia e o fracasso da intervenção do Governo brasileiro através do Programa de Recuperação da Lavoura ocasionaram um desastre socioeconômico e ecológico sem precedentes, que inviabilizou mais de seiscentos mil hectares da cultura, destruindo as vidas e os sonhos de milhares de famílias de trabalhadores rurais, cacauicultores e comerciantes.
Os males provocados pelo fungo Moniliophtera perniciosa, causador da doença, são conhecidos. Estima-se que 250 mil pessoas tenham perdido seus empregos e que a dívida dos cacauicultores seja atualmente de R$ 800 milhões. Conheça um pouco mais sobre essa história, clicando aqui.
A enfermidade provoca deformação, apodrecimento e morte nas partes afetadas dos cacaueiros, que adquirem a aparência de vassouras velhas – daí o nome que lhe foi dado. Várias iniciativas foram adotadas desde então. Mas o problema não está resolvido. Plantas sadias coexistem, lado a lado, com plantas doentes. A Bahia perdeu a primazia, sendo superada pelo Pará como principal Estado produtor do país. E o Brasil fechou o ano de 2020 com uma produção total de 250 mil toneladas, ficando em sétimo lugar no ranking mundial.
Mas nem tudo está perdido, recentemente foi anunciada a produção do bioinsumo Tricovab, primeira tecnologia licenciada pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para o controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro.
Quando utilizado de forma correta, a eficiência do Tricovab pode chegar a 87% no controle dessa praga. O bioinsumo é resultado de estudos desenvolvidos pela equipe da Coordenação-Geral de Pesquisa e Inovação da Ceplac, comandada pelo engenheiro agrônomo José Marques Pereira.
Vale ressaltar que, como o ingrediente ativo do Tricovab tem uso autorizado na agricultura orgânica, ele pode ser usado na produção tanto de cacau convencional quanto de cacau orgânico.
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