
Brasil inicia testes da primeira vacina nacional contra gripe aviária em humanos
Um marco importante para a saúde pública brasileira começa a ser escrito. O Instituto Butantan recebeu o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para dar início aos testes clínicos da primeira vacina nacional voltada à prevenção da gripe aviária em seres humanos. A aplicação experimental será feita em 700 voluntários distribuídos entre os estados de Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo.
A condução do estudo está a cargo do Plátano Centro de Pesquisas Clínicas, com coordenação científica dos especialistas Rafael Dhalia, da Fiocruz Pernambuco, e Carlos Brito, da própria Plátano. O objetivo central é verificar a segurança do imunizante e sua capacidade de estimular uma resposta imunológica eficaz.
Os participantes, com idades entre 18 e mais de 60 anos, serão divididos em faixas etárias e receberão duas aplicações – com um intervalo de 21 dias entre elas. Uma parte deles será submetida ao placebo, em proporção de um para cada sete indivíduos. O acompanhamento clínico dos voluntários se estenderá por um período de sete meses, com avaliações regulares e exames laboratoriais.
Antes da vacinação, os candidatos passarão por um rigoroso processo de triagem, incluindo testes hematológicos, bioquímicos e sorológicos, realizados no Real Hospital Português. Já a análise da resposta celular do sistema imune será realizada pela Fiocruz em Pernambuco.
Imunizante pode se tornar escudo contra futuras crises sanitárias
A nova vacina é apontada como uma importante aliada na construção de barreiras imunológicas contra o vírus da gripe aviária, sobretudo diante do risco crescente de que mutações agressivas possam desencadear novas pandemias.
Para Rafael Dhalia, o avanço da pesquisa depende diretamente da adesão dos voluntários. “Trata-se de uma ferramenta promissora no desenvolvimento de anticorpos específicos e potentes, com potencial de evitar que enfrentemos outra emergência de saúde global”, afirma o pesquisador.
Quem deseja se voluntariar pode fazer a pré-inscrição online, contribuindo diretamente para o desenvolvimento científico e para a proteção da sociedade.
Vírus letais já provocaram mortes em massa no mundo animal
A preocupação com o vírus da gripe aviária não é à toa. Variantes como H5N1, H5N8 e H7N9 já demonstraram alto grau de letalidade e forte capacidade de sofrer mutações. Desde 2021, surtos em diversos continentes resultaram na morte de aproximadamente 300 milhões de aves, afetando também 315 espécies silvestres em ao menos 79 países, segundo relatórios internacionais.
Embora os registros em humanos ainda sejam considerados pontuais, os dados assustam: de 2003 até o início de 2024, foram contabilizados 954 casos em 24 nações, com 464 óbitos. A taxa de letalidade, de 48,6%, é quase cinquenta vezes maior do que a registrada durante a pandemia de covid-19.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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