País é um dos maiores exportadores do grupo que forma a União Europeia. Medida pode beneficiar o mercado brasileiro, que já tem a china como principal importador.
O Departamento de Agricultura da Irlanda confirmou, na quarta-feira, 27 de maio, que a exportação de carne bovina para a China foi suspensa temporariamente como resultado de um caso atípico encefalopatia espongiforme bovina atípica (EEB) – conhecido popularmente como “vaca louca” –, depois que uma vaca irlandesa de 14 anos deu positivo para a doença.
Segundo as agências internacionais, o Departamento de Agricultura irlandês confirmou que, de acordo com um protocolo acordado com as autoridades chinesas, a exportação de carne bovina foi “suspensa voluntariamente”. A detecção de um caso de “vaca louca” atípico não afetará o status atual de “risco controlado” do país, de acordo com as autoridades.
A Irlanda é um dos maiores exportadores de carne bovina do grupo de países da UE.
As exportações para a China já haviam sido impactadas pelo Covid-19, relataram as agências de notícias. O presidente da Associação de Agricultores Irlandeses, Tim Cullinan, disse que a suspensão chinesa foi “decepcionante”, ma deve ser resolvida rapidamente. Segundo o protocolo, a Irlanda deve enviar um relatório epidemiológico detalhado, afirmou Cullinan, ao noticiário internacional. “Dada a natureza deste caso, não haverá demora na recuperação do acesso”, acrescentou.
No ano passado, o mercado chinês consumiu 10.000 toneladas de carne irlandesa e 2.900 toneladas foram enviadas para o país asiático no primeiro trimestre de 2020. “Essa é uma quantidade relativamente pequena e representa menos de 2% de nossas exportações de carne bovina. No entanto, é um mercado importante e crescente”, destacou Cullinan, acrescentando: “Precisamos voltar lá com urgência”.
A encefalopatia espongiforme bovina atípica foi detectada em uma vaca Limousin de 14 anos na Irlanda, confirmou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), segundo informações do portal australiano Beef Central. O Departamento de Agricultura, Alimentos e Assuntos Marinhos da Irlanda (DAFM) recebeu um resultado positivo em um teste rápido de triagem realizado por um laboratório privado credenciado em 12 de maio. A vaca fazia parte de um rebanho em aleitamento de 73 bovinos e permaneceu nesse rebanho até sua morte em 9 de maio.
Segundo a Beef Central, após o primeiro diagnóstico de EEB na Irlanda em 1989, foram introduzidas várias medidas de gestão de riscos, incluindo uma legislação que obrigava os cirurgiões veterinários, os agricultores e todas as outras pessoas encarregadas dos bovinos a notificar o Departamento de Agricultura, Alimentação e Marinha ( DAFM) de qualquer animal que apresente sinais clínicos consistentes com a BSE. Em 1990, foi proibida a alimentação de farinhas de carne e ossos (MBM) a animais ruminantes.
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Desde meados da década de 90, uma série de medidas cumulativas de gerenciamento de risco está em vigor.Em maio de 2008, a OIE reconheceu oficialmente a Irlanda como um país com risco controlado de EEB, uma classificação reafirmada em junho de 2015. A classificação reconhece que os controles regulatórios da Irlanda são eficazes e que a carne irlandesa pode ser comercializada com segurança internacional.
A Irlanda relatou pela última vez um caso atípico de BSE em janeiro de 2017, envolvendo uma vaca de 18 anos.
Existem dois tipos de EEB atualmente reconhecidos: clássico e típico, informa a Beef Central. A EEB clássica está associada à alimentação (agora proibida) de farinha de carne e ossos, e as evidências mostram que a EEB é adquirida no primeiro ano de vida, enquanto se pensa que a EEB atípica ocorre espontaneamente em animais mais velhos, com uma taxa de incidência muito menor.
Fonte: Portal DBO