Uruguai impede a compra pela Minerva de plantas da Marfrig no país

A negativa foi oficializada pelo Ministério de Economia e Finanças após o Comisión de Promoción y Defensa de la Competenci – o Cade do país – barrar a compra de plantas da Marfrig pela Minerva, o que mantém incertezas sobre expansão no país.

O governo do Uruguai manteve a decisão de barrar a aquisição de três plantas da Marfrig pela Minerva, gerando impacto nas operações das duas gigantes do setor de carne bovina. A negativa foi oficializada pelo Ministério de Economia e Finanças, que ratificou o parecer da Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia (CPDC), responsável por regular a concorrência no país.

A Minerva (BEEF3) informou, por meio de fato relevante divulgado ao mercado, que está avaliando os termos da decisão e as possíveis medidas legais que poderão ser adotadas. A empresa não descartou a possibilidade de reapresentar o caso, conforme orientação preliminar das autoridades uruguaias.

Já a Marfrig (MRFG3), que celebrou o contrato de venda das unidades em Colônia, Salto e San José em 2023, confirmou que o valor da transação, avaliado em R$ 675 milhões, segue depositado em conta garantia. A empresa destacou que a aprovação do CPDC é condição essencial para o fechamento do negócio.

Comunicados emitidos pelas empresas reforçaram o compromisso de manter o mercado atualizado sobre eventuais desdobramentos, mas a decisão uruguaia é mais um revés na conclusão da transação.

Impacto no Mercado

Após o anúncio, as ações das duas companhias apresentaram reações mistas. Enquanto os papéis da Minerva (BEEF3) recuaram 6,02%, sendo negociados a R$ 5,47, as ações da Marfrig (MRFG3) avançaram 3,75%, cotadas a R$ 16,00.

O mercado reage à incerteza sobre os próximos passos das companhias e às dificuldades enfrentadas pela Minerva para consolidar sua expansão no Uruguai.

Histórico da Operação entre Minerva e Marfrig

O acordo entre Minerva e Marfrig foi fechado em agosto de 2023, envolvendo a venda de 16 plantas de abate e desossa de bovinos e ovinos em diferentes países da América do Sul, totalizando um valor de R$ 7,5 bilhões. Entre as unidades adquiridas pela Minerva, estavam 11 plantas no Brasil, localizadas nos estados de Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás, Rondônia e São Paulo, além de unidades na Argentina, Chile e Uruguai.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a operação no Brasil, embora com algumas restrições, mas o cenário no Uruguai segue incerto devido à intervenção regulatória.

Próximos Passos para a Minerva

Apesar do bloqueio atual, o governo uruguaio sinalizou que a Minerva pode reapresentar o processo à agência antitruste. Essa possibilidade, no entanto, demanda tempo e novas análises, prolongando o impasse.

Para a Marfrig, a venda das plantas no Uruguai integra uma estratégia mais ampla de reorganização de ativos e concentração em mercados prioritários. Já para a Minerva, a conclusão da operação é vista como um movimento crucial para reforçar sua presença internacional e sua liderança na exportação de carne bovina na América do Sul.

Dessa forma, enquanto o impasse persiste, as empresas enfrentam o desafio de equilibrar estratégias internas e expectativas do mercado. A continuidade das negociações no Uruguai será determinante para o desfecho desta transação que movimenta bilhões e impacta o setor de proteínas na América do Sul.

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