A encefalite equina é uma doença viral grave que afeta principalmente cavalos, mas também pode infectar humanos. Ela é causada por três principais arbovírus do gênero Alphavirus e da família Togaviridae; confira
Recentemente, surtos de Encefalite Equina Ocidental (EEO) foram registrados na Argentina, Uruguai e Brasil, destacando a presença dessa grave doença no continente sul-americano. De acordo com o médico infectologista e Doutor em Epidemiologia Sérgio de Andrade Nishioka, em artigo publicado na UNA-SUS, esses eventos sublinham a necessidade urgente de medidas de controle e prevenção.
Na Argentina, entre 25 de novembro de 2023 e 8 de maio de 2024, foram confirmados 1.530 surtos de EEO em equinos, distribuídos em 18 das 23 províncias. A maioria dos casos ocorreu entre as Semanas Epidemiológicas 48 e 50 de 2023. Este aumento significativo de casos evidencia a rápida disseminação do vírus e a necessidade de vigilância contínua.
No Uruguai, entre 2 de dezembro de 2023 e 6 de fevereiro de 2024, foram notificados 1.018 casos suspeitos de EEO em equinos, dos quais 77 foram confirmados laboratorialmente. A resposta rápida e a confirmação de casos refletem a eficácia do sistema de vigilância epidemiológica uruguaio, embora a propagação do vírus permaneça uma preocupação.
No Brasil, o diagnóstico de EEO foi confirmado em 26 de janeiro de 2024 em um cavalo no município de Barra do Quaraí, no Rio Grande do Sul. Em maio de 2024, um caso fatal foi registrado em um cavalo em Castelo, Espírito Santo. Esses incidentes isolados indicam a presença do vírus no país, ressaltando a importância de medidas preventivas eficazes.
O que é a Encefalite Equina?
A encefalite equina é uma doença viral grave que afeta principalmente cavalos, mas também pode infectar humanos. Ela é causada por três principais arbovírus do gênero Alphavirus e da família Togaviridae:
- Vírus da encefalite equina venezuelana (EEV)
- Vírus da encefalite equina do leste (EEL)
- Vírus da encefalite equina do oeste (EEO)
Segundo Nishioka, esses vírus mantêm um ciclo na natureza envolvendo aves e mosquitos e causam doenças que variam de leves a graves, incluindo encefalomielites, que podem deixar sequelas ou serem fatais. Tanto cavalos quanto humanos infectados são considerados hospedeiros terminais, pois não transmitem o vírus a novos mosquitos.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, os vetores primários da EEO incluem o pernilongo Culex tarsalis na América do Norte e espécies do gênero Aedes na América do Sul.
Na Argentina, entre a Semana Epidemiológica 48 de 2023 até 8 de maio de 2024, foram notificados 530 casos humanos suspeitos de EEO, dos quais 105 foram confirmados. No Uruguai, até 6 de fevereiro de 2024, houve dois casos humanos confirmados. Esses números indicam a capacidade do vírus de afetar não apenas animais, mas também humanos, exigindo vigilância e medidas de prevenção mais rigorosas.
Medidas preventivas e controle
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) propôs definições de casos de EEO em humanos e orientações para diagnóstico laboratorial, manejo de pacientes e medidas preventivas. A entidade recomenda medidas de controle de vetores e o uso de vacinas para equinos, com alta cobertura vacinal em áreas de risco. No Brasil, o uso de vacinas para equinos é deixado a critério dos produtores rurais. Para a prevenção em humanos, a Opas aconselha o uso de mosquiteiros, vestimentas adequadas e repelentes, já que não há vacina humana contra a EEO.
Os surtos de EEO na América do Sul destacam a necessidade de uma abordagem coordenada para monitoramento, prevenção e controle da doença. A vigilância epidemiológica, a vacinação de equinos e as medidas de proteção pessoal são fundamentais para minimizar o impacto dessa doença grave em humanos e animais.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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