“Se todo problema do meio ambiente é da produção de alimentos, é fácil, a gente para de produzir alimentos.” Conclui Fábio Sussel, entrevistado por Tobias Ferraz do Canal Rural.
A poluição dos rios brasileiros é apontado por muitos como uma consequência da pecuária e da agricultura, para Fábio Sussel (zootecnista e pesquisador do Instituto da Pesca), essa é mais uma das grandes inverdades relacionamento degradação do meio ambiente com o agronegócio. Visto que, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), 81% dos municípios despejam pelo menos 50% do esgoto diretamente em cursos d’água próximos, sem submetê-los a qualquer trabalho de limpeza.
Segundo ele, em vez de se preocupar com o agronegócio, os preservacionistas deveriam olhar com mais atenção para o esgoto urbano.
Os dados da ANA evidenciam o real problema da poluição das nossas águas, visto que “mais de 110mil km de trechos de rio estão com qualidade comprometida devido ao excesso de carga orgânica, sendo que em 83.450 km não é mais permitida a captação para abastecimento público devido à poluição.”
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Quase 90% das cidades brasileiras trata menos esgoto do que o exigido pela resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente, ligado ao Ministério do Meio Ambiente), antes de jogá-lo nos cursos d’água. O superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, Sergio Ayrimoraes, em reportagem à BBC Brasil explicou que, desde os anos 1970, o setor do saneamento básico foi estruturado principalmente em torno das companhias estaduais, que tinham um foco maior em fazer com que a água encanada chegasse a um número maior de pessoas. Os municípios, por sua vez, deveriam recolher o esgoto e entregá-lo novamente nas mãos do Estado, para o tratamento.
Ignorar a responsabilidade dos municípios, indústrias e da própria população na poluição das águas evidencia preconceito em relação ao nosso agro, um desserviço para esse setor tão importante para a economia do país e para a população.
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Adaptado de Conteúdo da Terra.