
As atuais falas de Trump e a possibilidade de uma nova guerra comercial traz temor entre agricultores americanos que enfrentaram prejuízo de US$ 11 bilhões no Trump 1; Outro fator é com avanço do Brasil como principal fornecedor para a China.
A primeira guerra comercial iniciada por Donald Trump, durante seu mandato, deixou um saldo de prejuízo de US$ 11 bilhões para os agricultores americanos, especialmente os produtores de soja. Agora, uma nova disputa tarifária com a China se desenha no horizonte, trazendo um temor ainda maior para o setor agrícola dos Estados Unidos. Desta vez, o Brasil, que se consolidou como líder no fornecimento de diversas commodities, está preparado para ocupar a posição de protagonismo deixada pelos americanos.
As informações, divulgadas pela Bloomberg LP, destacam que os agricultores dos EUA enfrentam um cenário desafiador, com preços do milho e da soja nos menores níveis desde 2020, além de uma concorrência crescente de países como Brasil, Argentina e Austrália, que se tornaram os principais fornecedores alternativos para a China.
O peso da disputa e a mudança na dinâmica global
Na primeira guerra comercial, a China ainda dependia parcialmente dos suprimentos dos EUA. Hoje, a situação mudou. A nação asiática possui estoques recordes de soja e diversificou suas fontes de importação, abrindo as portas para milho e trigo da Argentina, sorgo do Brasil e algodão da Austrália.
Steve Nicholson, estrategista global do Rabobank, explicou:
“Primeiro, a China não estava preparada. Desta vez, eles estão — os estoques de soja estão em níveis recordes internamente.”
Com o fortalecimento da agricultura brasileira, o Brasil pode colher uma safra de soja em 2025 cerca de 30% maior do que os níveis registrados antes do início da disputa EUA-China.
Soja, milho e trigo na mira das tarifas
Caso novas tarifas sejam impostas por Trump, a exportação de grãos e soja dos EUA pode despencar ainda mais.
- Em 2022, a China já havia aprovado a importação de milho brasileiro.
- Em 2023, a Argentina voltou ao mercado chinês, enviando milho e trigo após mais de 15 anos.
- Com uma economia chinesa em desaceleração, a demanda por produtos americanos tende a cair ainda mais, especialmente diante da concorrência brasileira.
Sorgo: nova ameaça vinda do Brasil
Os produtores de sorgo americanos, que dependem da China como maior comprador, também estão vulneráveis. Aproximadamente 70% da colheita americana é destinada ao país asiático. Porém, a China autorizou recentemente importações do Brasil, onde a produção alcançou 4,6 milhões de toneladas, um desafio significativo para os EUA.
Carne suína e algodão: mercado em transformação
A carne suína, embora importante para os produtores americanos, vem sofrendo queda na demanda chinesa, com os consumidores migrando para outras proteínas, como aves e frutos do mar. O aumento das exportações brasileiras e europeias cria uma disputa ainda mais acirrada.
No algodão, a situação é semelhante. Apesar do produto americano ser considerado o “padrão ouro” em qualidade, a China aumentou suas compras do Brasil e da Austrália. O Brasil, inclusive, ultrapassou os EUA como maior exportador de algodão para a China em 2023-24, enviando quase 1,3 milhão de toneladas.
Walter Kunisch, estrategista da Hilltop Securities, ressalta que o contexto chinês é outro:
“A economia chinesa está muito mais fraca. Politicamente, a política comercial do país também está diferente.”
Consequências para o futuro com Trump
Mesmo diante de um cenário adverso, os agricultores americanos tendem a continuar plantando, como no mandato anterior de Trump, quando foram injetados US$ 28 bilhões para amortecer os impactos das tarifas. Porém, especialistas alertam que o mercado chinês pode nunca mais retornar aos níveis anteriores de dependência dos EUA, abrindo espaço definitivo para competidores como o Brasil.
Com o Brasil consolidando sua liderança no mercado global de soja, milho, algodão e outras commodities, uma nova guerra comercial pode representar um golpe ainda mais duro para os produtores americanos, que tentam, sem sucesso, recuperar sua posição de destaque no comércio agrícola mundial.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Dia Mundial da Agricultura: práticas eficientes impulsionam sustentabilidade
O Brasil se destaca entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, e a adoção de boas práticas impulsiona a eficiência no campo
Continue Reading Dia Mundial da Agricultura: práticas eficientes impulsionam sustentabilidade
Fávaro defende reformulação do seguro rural para garantir maior proteção ao agro
O ministro ressaltou a necessidade de modernizar o modelo vigente e propôs a criação de uma nova proposta para tornar o seguro mais acessível aos produtores rurais.
Continue Reading Fávaro defende reformulação do seguro rural para garantir maior proteção ao agro
EUA vendem 352,6 mil t de soja da safra 2024/25, revela USDA
O volume representa recuo de 53% ante a semana anterior e de 29% em relação à média das quatro semanas anteriores.
Continue Reading EUA vendem 352,6 mil t de soja da safra 2024/25, revela USDA
China suspende 390 frigoríficos de carne bovina dos EUA
Até agora, não há indícios de que novas permissões sejam emitidas, o que sugere que a China possa estar usando essa medida como uma forma de pressão política no contexto da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo
Continue Reading China suspende 390 frigoríficos de carne bovina dos EUA
Haddad reafirma que não há prejuízo para estados nas mudanças no IR
Haddad lembrou que o projeto já prevê a compensação sobre a arrecadação do governo, que compartilha os impostos federais com os entes subnacionais.
Continue Reading Haddad reafirma que não há prejuízo para estados nas mudanças no IR
Lucro da Fonterra aumenta 8% no 1º semestre fiscal, para US$ 424 milhões
O resultado é 8% maior do que o registrado em igual período do ano fiscal anterior, de 674 milhões de dólares neozelandeses (US$ 1 = 1,7195 dólar neozelandês).
Continue Reading Lucro da Fonterra aumenta 8% no 1º semestre fiscal, para US$ 424 milhões