Produto desenvolvido em parceria entre Embrapa e a empresa Bioma é capaz de aumentar absorção de fósforo pelas plantas, o que pode levar a uma menor dependência por adubos fosfatados no Brasil.
Um inoculante biológico desenvolvido por meio de uma parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo e a empresa Bioma pode levar a um ganho médio de até dez sacas de milho por hectare.
Como o produto otimiza a absorção de fósforo, a tecnologia poderia mudar o quadro de alta dependência brasileira do mercado internacional de fertilizantes, afirma o órgão de pesquisa,
Batizado de BiomaPhos, o inoculante foi desenvolvido totalmente no Brasil. Segundo a Embrapa, ele alia sustentabilidade e produtividade porque é biológico – produzido a partir de duas bactérias, uma presente no solo e outra, no milho – e capaz de aumentar a absorção de fósforo pelas plantas.
Pesquisa da Embrapa detectou as bactérias que apresentam aptidão para solubilizar ou tornar disponível o fosfato, mineral indispensável para o crescimento e a produção vegetal.
Já a Bioma estabeleceu os índices de produção em larga escala e a formulação do produto, que permitiram melhor sobrevivência do inoculante na prateleira e nas condições de campo.
“As cepas das bactérias Bacillus subtilis e Bacillus megaterium conseguem fazer com que maior quantidade de fósforo seja absorvida pelas raízes, recebendo em troca compostos fundamentais para o crescimento bacteriano, como fontes de carbono, em especial açúcares e ácidos orgânicos”, afirma Christiane Paiva, pesquisadora da área de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo.
De acordo como órgão, experimentos na cultura do milho conduzidos em regiões brasileiras mostram aumentos médios de produção de grãos de cerca de 10%, o que pode corresponder a um ganho médio de até dez sacas por hectare.
“Esses experimentos avaliaram a inoculação combinada com a adubação reduzida de superfosfato triplo, o que pode diminuir o gasto para o produtor com fertilizantes sintéticos”, afirma Christiane Paiva.
Outro diferencial do uso do inoculante, segundo ela, é uma redução significativa no índice de emissão de CO2 na atmosfera.
“Com isso, os resultados demonstram que é possível empregar uma tecnologia limpa e de baixo custo na cultura do milho, contribuindo para a sustentabilidade na agricultura, sem perdas para o meio ambiente”, diz.
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De acordo com a pesquisadora, os inoculantes produzidos com esses microrganismos apresentam menor custo, não causam danos ambientais e ainda podem ser usados para suplementar os fertilizantes.
“Além disso, a adição de inoculantes no solo pode acelerar a ciclagem de nutrientes, aumentar a liberação do fósforo presente na matéria orgânica e enriquecer o solo biologicamente”.
Fonte: Canal Rural