
Além de ser opção interessante para fugir dos problemas com pragas decorrentes da sucessão soja e milho, a cultura pode ser mais uma fonte de renda na propriedade por ser mais tolerante à seca e adaptado aos mais variados climas do Brasil
Historicamente no Brasil, o cultivo de sorgo sempre foi algo que dividiu opiniões por parte da classe produtora e com o avanço do plantio da soja e do milho, a cultura passou a ser pouco explorada. Mas, este cenário tem começado a mudar. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), a produção brasileira de sorgo dobrou nas últimas quatro safras, com cerca de cinco milhões de toneladas, o que transformou o País no terceiro maior produtor mundial do grão, e não devemos parar por aí.
Considerada uma opção coringa, o sorgo tem sido uma excelente alternativa aos produtores diante das estreitas janelas de plantio de outras culturas, principalmente devido às mudanças climáticas. “O cultivo do grão como uma segunda safra pode gerar uma rentabilidade superior, em relação a outros modelos tradicionais praticados”, destaca Wedersom Urzedo, engenheiro agrônomo e responsável pelo desenvolvimento de mercado da Advanta Seeds, para as regiões de Minas Gerais e São Paulo.
Segundo o profissional, hoje o sorgo é uma cultura que, se bem manejada e com o avanço genético já disponível, tem potencial de produzir até 200 sacas por hectare. Entre seus diferenciais destaca-se: maior tolerância a condições de déficit hídrico, excelente desempenho no sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e eficiência na recuperação de pastagens degradadas. Além desses benefícios, é uma alternativa mais econômica para a alimentação de suínos, aves e bovinos. “Por muito tempo o sorgo foi comercializado por cerca de 70% a 80% do valor do milho. Hoje, com todos os estudos, várias regiões estão dando mais importância para a cultura, principalmente por suas características nutritivas”, reforça o engenheiro agrônomo.
Não erre no manejo
Pelo fato de o sorgo ser uma cultura mais tolerante, alguns produtores acabavam naturalmente descuidando do manejo nutricional e, consequentemente, comprometiam o potencial produtivo da cultura. “Costumamos dizer que ele enfrenta a seca, porém não é tolerante à fome, portanto não se pode descuidar das questões nutricionais durante o ciclo de crescimento”, cita Urzedo.
Para evitar erros, algumas dicas são importantes. A primeira delas é planejar o plantio considerando a melhor janela, garantindo recursos hídricos e nutritivos suficientes. A escolha do material genético também faz a diferença, e o produtor deve optar por aqueles adaptados à sua região, considerando os fatores edafoclimáticos. O preparo do solo com uma boa adubação é essencial.
Ao longo da safra, os cuidados devem continuar com monitoramento contínuo, principalmente no início do plantio, quando a cultura está mais suscetível aos ataques de percevejos e lagartas, além do controle de pulgão. “Hoje temos à disposição materiais altamente produtivos. Ao fazer um bom manejo nutricional, controle de pragas e doenças, atingir altas produtividades torna-se realidade. Já temos clientes colhendo acima de 140 sacas de sorgo por hectare”, cita o especialista.
Tecnologias disponíveis
Hoje, a Advanta vem quebrando paradigmas, mostrando o quanto o sorgo tem potencial produtivo. Neste propósito, a empresa desenvolve alguns trabalhos. Entre as tecnologias criadas, destaque para o sorgo Igrowth, uma inovação que proporciona diversos benefícios. Além de possuir tolerância aos herbicidas do grupo químico das imidazolinonas, garante uma lavoura limpa, melhor uniformidade no momento da colheita e cargas livres de impurezas.
Apresenta também grande desempenho quando consorciado à braquiária, trazendo benefícios como maior cobertura de solo, formação de palhada, maior volume de raízes e supressão de plantas daninhas. A tecnologia do sorgo Igrowth neste consórcio proporciona vantagens para culturas subsequentes. “Pensando em soja, quando não há condições favoráveis e chuva insuficiente, a boa cobertura deixada acaba segurando umidade no solo. O sorgo com tecnologia também colabora para a supressão de plantas daninhas, reduzindo o uso de herbicidas e ajudando a quebrar o ciclo da cigarrinha, principal inimiga do milho”, finaliza Urzedo.
Sobre
A Advanta é uma empresa de sementes do grupo UPL, com mais de 60 anos de experiência em melhoramento genético de sorgo. Atua junto ao agricultor, entendendo suas necessidades e oferecendo soluções específicas para o máximo desenvolvimento produtivo da sua lavoura. A empresa concentra esforços em P&D, desenvolvendo Programas de Melhoramento Genético específicos para regiões do Brasil. Além da Estação Experimental em Uberlândia/MG, esses programas são desenvolvidos e testados nas principais áreas produtoras do Brasil, de forma integrada e complementar aos demais centros de melhoramento globais da Advanta.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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