A presença de sílica na endoderme, o volume de pelos absorventes e a lignificação do periciclo da raiz permitem ao sorgo maior tolerância a seca.
O sorgo é uma planta de clima tropical com sementes comerciais híbridas e pertencente à família Poacea. O sistema radicular da planta se divide em raízes secundárias e raízes de sustentação. A presença de sílica na endoderme, o volume de pelos absorventes e a lignificação do periciclo da raiz permitem ao sorgo maior tolerância a seca.
A morfologia do caule é tipo colmo cheio dividido em nós, que podem ser doces ou não, e raramente secos. As folhas são de limbo lanceolado alternadas e lisas com bordas serrilhadas e com uma camada de cerosidade. As plantas de sorgo ainda possuem inflorescência do tipo panícula e um tipo de fruto cariopse.
No mercado, o gênero Sorghum possuem tipos comerciais com características específicas de acordo com o uso de cada cultivar. O tipo de sorgo granífero possui características de baixo porte, e por isso são aptos a colheita mecanizada dos grãos. Outros tipos são o sorgo sacarino, o forrageiro e sudanense.
O primeiro está sendo estudado como matéria prima para produção de energia. O segundo apresenta porte alto, sendo utilizado para produção de silagem. O sorgo sudanense é utilizado como palha no plantio direto e pastagem temporária de verão/outuno.
A produção de sorgo mundial está concentrada em aproximadamente 63 milhões de toneladas/ano (USDA, 2016), sendo os Estados Unidos o maior produtor e o exportador de grãos de sorgo, e o quarto maior consumidor de sorgo do mundo.
A China é o país que mais exporta sorgo do Estados Unidos. Atualmente, esses dois países juntamente com o México e a Argentina possuem os melhores resultados de produção de grão do mundo. No Brasil, o cultivo de sorgo começou a partir dos anos 1980 com o incentivo do movimento do Grupo Pró-Sorgo que expandiu de forma extraordinária o plantio da cultura no país. A produção de sorgo está concentrada na região Centro Oeste do país. No entanto, outros estados também se destacam, como Bahia e Rio Grande do Sul.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima-se que na safra 15/16 a produção de sorgo no país foi de 1.378,7 mil toneladas de grãos, devido a produção ser destinada somente para alimentação animal.
Com a necessidade de reduzir custos na alimentação animal, e também a busca da diminuição da pressão na demanda de milho no país, ocorreu um aumento na procura do grão e da forragem de sorgo e consequentemente a expansão do cultivo do sorgo para outras áreas do país.
Cultivo do sorgo
No cultivo do sorgo utiliza-se diferentes práticas e técnicas agrícolas que viabilizam o melhor desenvolvimento da cultura, garantindo o aumento da produtividade nas lavouras. Atualmente, a utilização de novas tecnologias para auxiliar no incremento da produtividade de culturas de interesse agronômico tem sido fonte de constantes estudos.
Por se tratar de uma planta mais tolerante, tem potencial para a produção de alimentos para as criações, especialmente em um cenário de instabilidade climática e má distribuição das precipitações anuais. Adicionalmente, um dos pilares para diminuir a demanda por recursos naturais não renováveis neste novo milênio é o uso de plantas mais resistentes.
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Nossa fronteira agrícola é dominada por solos ácidos, pouco férteis e com elevada fixação de fosfatos. Trabalhar com forrageiras mais robustas, sem perdas significativas de qualidade nutricional, torna-se fundamental.
O sorgo é, portanto, uma planta que desponta neste cenário, permitindo mais cortes, protelando novo plantio e, ainda, sendo uma alterativa para os sistemas de integração lavoura, pecuária e florestas, principalmente diluindo/amortizando os custos de implantação do arranjo, possibilitando produção de forragem na área, ou pelo menos em parte dela, constituindo-se em mais uma opção de forrageira nesses sistema.
Por Marihus Altoé Baldotto (Professor UFV) & Manuela Almeida Santos (Monitora e formanda em Engenharia Agronômica pela UFV).
Fonte: Syngenta Digital