Chicago e dólar sobem e preço bate R$ 120 no Porto de Rio Grande; O volume de negócios segue escasso e apenas operações pontuais foram registradas nesta sexta-feira, 17.
O mercado brasileiro de soja voltou a ter ganhos nos preços internos nesta sexta-feira, 17. De acordo com a consultoria Safras, com dólar subindo e os contratos futuros se aproximando de US$ 9 por bushel na Bolsa de Chicago, a saca bateu R$ 120 no Porto de Rio Grande.
“Mas o volume de negócios segue escasso e apenas operações pontuais foram registradas. Com pouca oferta, o vendedor sai das negociações, apostando em patamares ainda melhores”, diz.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 116,50 para R$ 117,50. Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 116 para R$ 117. No porto de Rio Grande, o preço passou de R$ 119 para R$ 120.
Em Cascavel (PR), o preço aumentou de R$ 108 para R$ 110 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca subiu de R$ 116 para R$ 117.
Em Rondonópolis (MT), a saca avançou de R$ 110 para R$ 111,50. Em Dourados (MS), a cotação seguiu em R$ 109. Em Rio Verde (GO), a saca passou de R$ 108 para R$ 109.
Mercado internacional
Os contratos futuros soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a sexta-feira com preços mais altos para o grão, mais baixos para o farelo e acentuadamente mais baixos para o óleo. “O mercado subiu pela quarta sessão seguida, ainda estimulado pela boa demanda pela soja norte-americana”, afirma a Safras.
Os exportadores privados norte-americanos reportaram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a venda de 126 mil toneladas de soja para destinos não revelados. A operação tem entrega programada para a temporada 2020/2021.
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Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com alta de 4,50 centavos de dólar ou 0,5% em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,98 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 8,95 por bushel, com ganho de 4 centavos ou 0,44%.
Nos subprodutos, a posição agosto do farelo fechou com baixa de US$ 0,50 ou 0,17% em relação ao fechamento anterior, cotada a US$ 286,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 29,92 centavos de dólar, alta de 0,65 centavo ou 2,22%.
Veja o que pode mexer com os preços da soja na semana que vem
A pandemia de Covid-19 permanece com pano de fundo para os mercados mundiais, de acordo com a consultoria Safras. No mercado de soja, os players acompanham também questões fundamentais envolvendo a oferta e a demanda, com destaque para o clima para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos e os movimentos da demanda chinesa.
O analista Luiz Fernando Roque detalhes os fatos que podem mexer com o mercado da oleaginosa na próxima semana:
- O lado financeiro começa a perder um pouco do peso negativo da pandemia, com sinais de que “o pior já passou”. Apesar disso, ainda há incertezas com a retomada da economia mundial, e também com relação a uma possível segunda onda da doença ao redor do mundo;
- De qualquer maneira, os mercados parecem trabalhar em um ambiente um pouco mais tranquilo, o que também inclui Chicago;
- Os players olham com atenção para o clima sobre o cinturão produtor norte-americano. O mercado climático começa a ganhar cada vez mais força, e é tradicionalmente marcado por grande volatilidade;
- A piora nas condições das lavouras norte-americanas na segunda semana de julho trouxe algum fôlego para os contratos futuros em Chicago. Apesar disso, o rompimento da linha de US$ 9 não é tarefa simples, e se o clima e as condições voltarem a melhorar, podemos ter novos ajustes negativos, mesmo que pontuais;
- No lado da demanda, a China continua aumentando gradativamente suas compras de soja norte-americana. É fundamental que essas compras continuem aumentando, e a tendência é que a partir de agosto/setembro os volumes envolvidos sejam mais relevantes;
- A demanda pela soja norte-americana é fator decisivo para o mercado nos próximos meses. Sem a ajuda desse fator, não deveremos ver Chicago firmando-se acima da linha de US$ 9;
- O momento é positivo no lado das tensões, com ausência de notícias negativas. Tudo indica que a China ainda tentará honrar o acordo assinado em janeiro, mas o mercado deve ficar atento ao que acontece nos mares asiáticos, onde a questão geopolítica entre EUA e China começa a chamar a atenção.
Fonte: Agência Safras