“Se está faltando picanha é porque tem consumo demais”, diz Lula; Vídeo

Declaração que, no mínimo, levantou sobrancelhas; Afinal, a realidade do mercado e a crise no consumo são vistas no contraste entre promessas e o impacto das políticas econômicas no setor agropecuário. “Se está faltando picanha é porque tem consumo demais”, declarou Lula

Na última sexta-feira, 16, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à Rádio Gaúcha, soltou uma declaração que, no mínimo, levantou sobrancelhas e gerou questionamentos entre os brasileiros. “Se está faltando picanha é porque tem consumo demais”, afirmou Lula referindo-se ao à escassez na mesa dos brasileiros de um dos cortes mais populares do país.

Apresentado por Andressa Xavier, Giane Guerra e Rosane de Oliveira, o Gaúcha Atualidade recebeu o então presidente Lula. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele falou sobre a situação econômica do Brasil e afirmou que seu compromisso é com o aumento do poder aquisitivo da população.

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“Eu dizia que o povo brasileiro voltaria a comer picanha e tomar uma cervejinha, e isso está acontecendo”, argumentou. Porém, foi apontado pela apresentadora que é grande o volume de cobrança dos telespectadores sobre o tema, afirmando que ‘falta a picanha’ e, dando a entender, que a fala do presidente estava equivocada. E você, concorda com a fala do Lula ou está faltando a picanha?

Promessas e Realidade: Onde está a picanha de Lula?

Durante sua campanha eleitoral, Lula prometeu que a picanha voltaria ao prato do brasileiro, usando o corte como um símbolo de prosperidade e recuperação econômica. No entanto, a realidade enfrentada pelo consumidor conta uma história bem diferente. Dados recentes mostram que o consumo de carne bovina no Brasil, especialmente cortes nobres como a picanha, tem caído drasticamente. O motivo? Os preços estão nas alturas, refletindo uma inflação descontrolada e a dificuldade crescente das famílias em manter um padrão alimentar digno.

Consumo e Preço da Carne Bovina

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo de carne bovina per capita no Brasil caiu para o menor nível em décadas. Em 2023, a média anual foi de apenas 24,8 kg por pessoa, uma queda acentuada comparada aos anos anteriores. Os preços, por outro lado, não param de subir. A picanha, que já foi um corte acessível, tornou-se um item de luxo, com valores que ultrapassam R$ 100,00 o quilo em muitas regiões do país.

Essa alta nos preços reflete não apenas a inflação, mas também a complexa cadeia de produção e os custos associados, incluindo aumento no preço dos insumos, como ração e fertilizantes, além de questões logísticas e de exportação.

O Agronegócio em Pauta’

O agronegócio, constantemente demonizado por setores do atual governo, é um dos pilares que sustentam a economia brasileira. Enquanto Lula busca culpados para a alta dos preços da carne, a realidade é que as políticas econômicas adotadas pelo seu governo têm gerado um ambiente de incerteza e desestímulo para produtores rurais, impactando diretamente a oferta e, consequentemente, o preço final ao consumidor.

As críticas feitas ao agronegócio como “vilão” do meio ambiente são contraditórias, considerando que esse setor é responsável por uma parcela significativa do PIB brasileiro e pelas exportações, que garantem a entrada de divisas no país. Sem políticas públicas que incentivem a produção e melhorem a competitividade no mercado interno, o brasileiro continuará pagando caro pela carne, com a picanha cada vez mais distante da mesa das famílias.

A fala de Lula na Rádio Gaúcha, “se está faltando picanha é porque tem consumo demais” mostra um descolamento da realidade vivida pelos brasileiros. O “consumo demais” mencionado pelo presidente é uma visão distorcida que ignora os desafios enfrentados pela população para colocar carne no prato. Enquanto isso, o agronegócio segue como um aliado estratégico, mas precisa de um ambiente econômico favorável para continuar cumprindo seu papel. Com promessas vazias e uma visão limitada sobre as reais necessidades do setor, o governo Lula parece cada vez mais distante de entender a complexidade da questão.

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