Produção deve chegar a 9 milhões de toneladas, mas preço do pãozinho não deverá cair já que o preço do trigo é formado no mercado internacional.
A produção de trigo no Brasil deverá atingir o maior volume da história, indicou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A expectativa é que a safra registre aumento de 17,6% em relação ao ciclo anterior.
A alta dos preços do cereal no mercado internacional, gerada pela guerra na Ucrânia, incentivou os agricultores a plantarem mais. A Conab indica que a área semeada deverá aumentar mais de 6,5%, o que aliado a um aumento de produtividade, deverá resultar em uma safra acima de 9 milhões de toneladas.
E se a safra de trigo é recorde, podemos esperar queda no preço do pãozinho? Não necessariamente. Isso porque o preço do trigo é formado no mercado internacional. Assim como outras commodities agrícolas, responde às regras de oferta e demanda global.
Além disso, o Brasil ainda precisará importar trigo, mesmo com o inédito patamar de produção. Atualmente, o consumo anual aqui no país é de cerca de 12 milhões de toneladas de trigo. Com uma produção estimada em 9 milhões, a outra parte virá de fora. No exterior, o mercado está aquecido já que 30% das exportações globais do cereal são da Rússia e Ucrânia.
O risco de menor oferta desses países mantém os preços elevados. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que se Rússia e Ucrânia, em um cenário hipotético, não exportarem trigo, as cotações podem subir 34% no mercado internacional.
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O Brasil deverá continuar a aumentar a oferta do cereal diante do desafiador cenário externo. Segundo o diretor da Conab, Sergio De Zen, em 2023 há chances de a produção de trigo renovar recordes e alcançar 11 milhões de toneladas, o que diminuirá ainda mais a dependência do país de produtos estrangeiros para compor o abastecimento doméstico.