Rondônia destaca-se como potência da pecuária brasileira

Rondônia produz arroba seis vezes mais barata que os EUA; estado tem se destacado como um dos principais estados produtores de bovinos do mundo

Por Lucas Zanchetta Ribeiro* – Rondônia tem se tornado um dos principais estados produtores de bovinos do mundo, com um rebanho de  mais de 18 milhões de cabeças. Em termos comparativos, esse número de gado é superior ao plantel  de todo o Uruguai, que é de 12 milhões de cabeças, também é superior ao plantel de gado do Paraguai que é de 13 milhões de cabeças.

O perfil do estado de Rondônia é de gado para exportação. Isso ocorre  em função da baixa densidade demográfica populacional do Estado, que consequentemente tem  pouco consumo local de carne, o que significa  que sobra produto, sem impactar no consumo dos cidadãos moradores de Rondônia, isso habilita o Estado com um dos maiores exportadores de carne do mundo.

Existem apenas três frigoríficos com habilitação para exportar carne de gado, com sede no estado de Rondônia. A RioBEEF é uma das três empresas sediadas no estado com capacidade de exportação, ela representa 40% do faturamento das empresas rondonienses.

Do total de 568 frigoríficos brasileiros que abatem bovinos, pouco mais de 40 unidades, são habilitadas a exportar carne vermelha para a CHINA. A RioBEEF é uma das  poucas unidades brasileiras a possuir a habilitação CHINA, o que a torna extremamente importante, não somente para Rondônia mas para todo Brasil.

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Foto: Frank Nery

A China consome hoje 51% de todas as exportações brasileiras, 80% das exportações do Uruguai, 80% das exportações da Bolívia e da Colômbia. Todos os estudos garantem que o consumo de carne vermelha aumentará no mundo, muito em função da adesão da China ao consumo desse alimento.

O gado produzido em Rondônia é um dos mais baratos do mundo, 06 (seis) vezes mais barato que o quilo do gado produzido nos Estados Unidos. Em função dessa diferença de preço na produção de gado, os americanos estão parando de produzir gado nas Terras do Tio SAM, pois fica muito mais em conta importar do Brasil.

Hoje existe um déficit de 20% de gado, entre a demanda interna e a produção própria nos Estados Unidos, o que acarretou em uma inflação histórica no Governo do ex-presidente Biden. O gado americano é caríssimo de ser produzido em função do estilo de criação. O solo americano é desértico em 80% do território do país, impossibilitando o plantio de gramínea e obviamente a criação de gado de forma extensiva.

Em função dessa má qualidade geográfica e clima os americanos foram sempre obrigados a criar gado em forma de confinamento. Lá os animais são criados presos em locais cobertos, comendo ração o tempo todo, desde o nascimento até o abate. A base principal da ração é o milho, que obviamente é muito mais caro que a gramínea. Além de causar um aspecto de sabor adocicado na carne, algo já incorporado ao gosto dos americanos.

O  milho encarece demais o preço da  arroba do boi. Em comparação, Rondônia tem uma absurda vantagem, sua geografia é propícia para o crescimento de gramínea sem aditivos químicos, suas vastas planícies são ideais para a criação e gado de forma extensiva, gado criado solto no pasto.

Existe também o aspecto ambiental, extremamente favorável a Rondônia. O gado criado solto, de forma extensiva, exatamente como  ocorre na cultura pecuarista de Rondônia, tem uma imensa vantagem ecológica, pois vários estudos científicos randomizados, realizados por universidades americanas, comprovam algo incrível:  A criação de gado extensiva NÃO polui a atmosfera com excesso de gases de carbono, CO2 ( Gás Carbônico) e CH4 (Metano) provenientes da fermentação do capim e expelido pelo gado no seu  processo de digestão da celulose.

Contrariando todos os veganos que propagaram a tese de que o efeito estufa, aumento da temperatura da atmosfera, era causado em grande parte pela criação de gado, através dos gases expelidos, os Estudos científicos comprovaram, por três vezes, que a produção de gado gera na verdade um déficit de 3% dos gases de carbono, na região onde existe a criação de gado de forma extensiva, considerando um período de 06 meses de análise.

Foi fácil entender a explicação, até simples estudantes de ensino médio conseguem compreender:  sabe-se que os vegetais, durante a noite, sequestram gases de Carbono da atmosfera, CO2 e CH4, para utilizar os carbonos na sua reabilitação celular, carbono é o alimento dos vegetais e eles são retirados dos gases de Carbono.

O gado come gramínea, que durante a noite, utiliza do próprio gás liberado pelo gado para se recompor. SIMPLES, eficaz e cientificamente provado. Nunca encontrei um estudo randomizado e cientificamente atestando de que o gado criado extensivamente causava poluição. Dessa forma posso assegurar que o Gado criado em Rondônia é um dos mais baratos do mundo e ecologicamente perfeito, pois ele recicla o ar atmosférico.

Estou afirmando que Rondônia tem o DNA para se notabilizar pela exportação de Gado, barato, ecológico e de qualidade. 

Qualidade porque o gado americano criado  de forma confinada, gera um estresse no animal, chamado estresse do confinamento, que pode causar impactos na qualidade da carne, sem contar que criar animais confinados aumenta a possibilidade de doenças e isso significa a necessidade de mais vacinas, mais custos e mais impacto na saudabilidade do gado.

Em resumo: Rondônia pode alimentar a CHINA e os ESTADOS UNIDOS, de forma tão importante que pode escolher qual destino terá suas carnes. É possível que Rondônia tenha o maior PIB Per capta da América Latina, maiores que do Uruguai e Chile, hoje os campeões latino-americanos.

*Lucas Zanchetta Ribeiro é empresário do setor da Indústria de proteína animal com 26 anos de atuação no mercado

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