
Segundo Jonatas Pulquerio, consultor técnico da Câmara Temática de Gestão de Risco Agropecuário do Mapa, muitos produtores recorrem a essa estratégia de recuperação judicial acreditando ser a única saída, quando, na verdade, há alternativas mais eficazes e menos onerosas.
A recuperação judicial tem ganhado destaque entre produtores rurais como uma solução para crises financeiras, mas especialistas alertam: essa medida deve ser vista como último recurso. Segundo Jonatas Pulquerio, consultor técnico da Câmara Temática de Gestão de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), muitos produtores recorrem a essa estratégia acreditando ser a única saída, quando, na verdade, há alternativas mais eficazes e menos onerosas.
O setor agropecuário, embora fundamental para a economia brasileira, enfrenta desafios relacionados ao endividamento. Pulquerio explica que muitos produtores, especialmente nos últimos anos, aumentaram suas dívidas ao tentar aproveitar boas condições de crédito em meio a preços elevados das commodities. Contudo, a queda nos preços, somada ao alto custo de insumos, gerou um ciclo de endividamento e baixa liquidez.
“Imagine um produtor com ativos avaliados em R$ 1 bilhão, mas com uma dívida de R$ 300 milhões, concentrada no curto prazo. Para ele, pode parecer o fim do mundo, mas é possível evitar a recuperação judicial negociando diretamente com credores, ajustando prazos e taxas”, explica Pulquerio. Acordos extrajudiciais têm se mostrado ferramentas eficazes para solucionar problemas financeiros sem a intervenção do Judiciário.
Governança e gestão financeira como pilares
Além de renegociar dívidas, os especialistas destacam a importância de fortalecer a governança nas propriedades rurais. Segundo Pulquerio, consultorias especializadas e cursos promovidos por associações e federações rurais podem ajudar os produtores a administrar melhor suas margens e evitar novos endividamentos.
“O produtor não pode depender apenas de uma boa margem de lucro, mas precisa saber geri-la. Caso contrário, essa margem pode se transformar em uma bola de neve de dívidas”, alerta. O uso responsável do crédito e uma gestão estratégica são essenciais para manter a sustentabilidade financeira.
Perspectivas para 2025
O ano de 2025 apresenta oportunidades promissoras para o agronegócio, principalmente no mercado internacional, com a expectativa de uma supersafra de soja no Centro-Oeste e o aumento da demanda de países como Índia e China. Apesar disso, Pulquerio ressalta a importância de os produtores se prepararem para riscos climáticos e de crédito.
Uma das iniciativas que promete fortalecer o setor é o PL 2951, que reestrutura o Fundo de Catástrofe e reforça o seguro rural em operações de crédito. “Essa medida amplia as opções de financiamento e oferece mais segurança aos produtores”, afirma o consultor.
Recuperação judicial: última alternativa
Embora tenha sua importância em casos extremos, a recuperação judicial deve ser considerada apenas como uma medida emergencial. O processo é complexo, pode ser demorado e afeta a credibilidade do produtor no mercado. Negociações extrajudiciais e melhorias na gestão são caminhos mais viáveis e menos traumáticos.
Para produtores que enfrentam dificuldades financeiras, a recomendação é clara: busquem apoio técnico, dialoguem com credores e explorem todas as alternativas antes de recorrer à recuperação judicial.
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