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Criatório mineiro de jumentos da raça Pêga, Rancho Abate, produz anualmente cerca de 80 jumentinhos por ano e comercializa sua genética para o Brasil e o mundo
A cidade mineira de Uberaba é reconhecida nacionalmente como a capital do Zebu, é no Parque Fernando Costa que acontecem várias eventos que são referências da pecuária brasileira. Localizada no Triângulo Mineiro, a cidade também é conhecida por abrigar um dos maiores criatórios de jumentos da raça Pêga do mundo, o Rancho Abate. A raça de asininos foi desenvolvida no Brasil, foi formada no interior de Minas Gerais durante o século 19.
O Rancho Abate, administrado pelo criador Fernando Abate, atualmente conta com uma tropa de 90 matrizes e 7 garanhões que produzem em média 80 jumentinhos e 40 a 50 muares. O criador conta que também comercializa anualmente cerca de 1.300 doses de sêmen, que além de alimentar o mercado brasileiro, exporta a genética dos jumentos para vários países, como: Estados Unidos, Colômbia, Paraguay, Argentina e Bolívia.
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Fernando também é presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Jumento Pêga (ABCJPêga), instituição com o papel de cuidar e difundir a raça em todo o país, além de preservar a paixão e tradição dos criadores por todo o Brasil. Outro número impressionante do Rancho Abate é o número de seguidores no Instagram, crescendo de forma meteórica já ultrapassou a marca de mais de 80 mil seguidores, maior do seguimento no Brasil.
Toda essa autoridade é notadamente pelo seu histórico, o criatório tinha como propriedade grandes garanhões de destaque da raça Pêga, entre eles Incêndio da Gameleira, Fenômeno Raf e Bastião Raf. Fernando lamenta que todos os três já faleceram, inclusive os dois últimos recentemente, mas que os garanhões deixaram substitutos a altura para que a linhagem seja mantida e o melhoramento da raça continue produzindo animais funcionais e de beleza superior.
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Sobre o Jumento Pêga
A raça existe há mais de um século e está em franco crescimento. O grande trunfo do Jumento Pêga é a funcionalidade, docilidade, e com a evolução genética da raça, o número de adeptos está crescendo de forma frenética. O muar era muito criticado, era considerado um animal bravo, coiceiro, e hoje, com a evolução genética, é um animal dócil, bonito e apresentável, e isso vem conquistando outros adeptos que até então não acreditavam que o muar pudesse ser manso, de sela e de passeio.
O animal é o preferido no cruzamento com éguas de diversas raças para a produção de burros e mulas, transmitindo docilidade, resistência e andamento macio com indiscutível capacidade para o trabalho.
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Uma das principais diferenças entre o jumento pêga e o nordestino é sua estatura maior. A raça apresenta listras na lombar e nas paletas, e tem orelhas bem empinadas. Os exemplares da raça são muito utilizados para sela e lazer, na lida diária com gado, em passeios, cavalgadas e também por pequenos e médios produtores rurais para transporte de carga e tração.
Outro grande trunfo dos jumentos é a produção de mulas, que à partir do cruzamento com éguas da raça Mangalarga Marchador produz muares com docilidade, resistência, rusticidade, longevidade e, principalmente, o andamento marchado de tríplice apoio, que é cômodo e macio.
Os muares têm ocupado, cada vez mais, espaços que por anos foram dominados por cavalos. O melhoramento genético dos jumentos beneficia também os muares, que são frutos do cruzamento dos asininos com os equinos. No cruzamento com os cavalos mangalarga marchador, paulista e campolina, nascem mulas e burros bons de sela e com muita imponência
Minas Gerais é o Estado com o maior número de criadores de jumentos pêga e muares. Dos 34.100 animais registrados na Associação Nacional cerca de 40% estão em terras mineiras. São criadores que valorizam a tradição e também investem na inovação.
Contato do criatório, clique aqui.
Confira algumas fotos do criatório:
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