A Rainha Elizabeth II, uma apaixonada pelo agronegócio, foi muito conhecida pela paixão pelos cavalos e pela criação de gado leiteiro; Confira!
A Rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (8) aos 96 anos no castelo de Balmoral, na Escócia. A realeza também é conhecida pela paixão pelos cavalos e pela criação de gado leiteiro. Anos atrás, por conta da alta dos custos de produção e do baixo preço do leite, Elizabeth II decidiu ajustar o rebanho, vendendo algumas das vacas Ayrshire, que na época somavam cerca de 300 cabeças.
Os cavalos sempre foram considerados um animal especial para a família real britânica, particularmente para a rainha Elizabeth II. A rainha tem amado cavalos desde que ela era jovem. De acordo com o The Telegraph, ela monta desde os quatro anos de idade, quando recebeu um pônei de Shetland chamado Peggy. E, aos 91 anos, ela ainda montava.
Quem acompanhava a sua história sabia que ela gostava de tudo o que dizia respeito ao mundo equino: cavalgar, acompanhar corridas e criar cavalos puro-sangue. Por sua dedicação de décadas, ela é reconhecida como um dos grandes nomes do esporte – seus cavalos ganharam quase 2 mil corridas. “Minha filosofia sobre as corridas é simples. Eu gosto de criar cavalos que são mais rápidos do que os de outras pessoas”, resumiu a Rainha em um documentário para a BBC.
Seu rebanho leiteiro, na ultima atualização, era composto por cerca de 185 vacas em lactação, sendo todas da raça Jersey. Lembrando que a introdução da raça no Brasil, veio justamente de animais oriundos da criação da tataravó rainha Elizabeth II.
Linhagem campeã
Como dona de uma linhagem de puros-sangues de corrida, Elizabeth II foi uma verdadeira campeã. A atividade começou em 1952, quando ela herdou o estoque de reprodução de seu pai, o Rei George VI. O primeiro cavalo que ela herdou do pai e um de seu mais conhecidos era Aureole, que, além do bom desempenho em pista, era conhecido como reprodutor.
Dali em diante, até 2022, seus cavalos ganharam quase 2 mil corridas. Nos anos de 1954 e 1957, ela foi nomeada a Proprietária Campeã da Grã-Bretanha, título dado ao criador de cavalos com o maior número de vitórias naquele ano.
Visita ao Brasil
Em sua única visita ao Brasil, a rainha Elizabeth II, que faleceu hoje aos 96 anos, incluiu o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em sua concorrida agenda para conhecer as pesquisas brasileiras sobre agricultura.
A visita da monarca britânica ocorreu em 7 novembro de 1968 e foi registrada por fotos desde a chegada. No IAC, ela foi apresentada a pesquisas de desenvolvimento de variedades de café e outros estudos, nos quais o instituto permanece como referência mundial.
Ainda em Campinas, a rainha e o duque de Edimburgo conheceram a Fazenda Santa Elisa. O casal real ainda pernoitou na Estância Santa Eudóxia, no distrito de Barão Geraldo, onde ela montou um alazão, chamado Gorgue. Um incidente curioso marcou essa passagem.
O cavalo puro sangue ficou tão agitado na presença de Sua Majestade a ponto de precisar ser acalmado com Éter.
Rainha salvou raça de cavalos da extinção
Mas uma raça de cavalos deve muito mais à rainha do que outras, uma vez que ela conseguiu salvá-la da extinção antes que fosse tarde demais.
A Cleveland Bay é uma raça de cavalo que já proporcionou muito ao ser humano. Inicialmente eram usados como animais de carga. No século XVII, na Inglaterra, faziam o trabalho agrícola, puxavam carruagens e até ajudavam soldados a transportar objetos, carregando a artilharia durante a Primeira Guerra Mundial. Infelizmente, depois do conflito, sua popularidade começou a declinar. A partir de 1960, restaram apenas 4 garanhões no país.
Justamente quando a raça estava em uma fase sombria de sua existência, inesperadamente ganhou uma amiga de alta patente. Depois de ser informada sobre a situação, a rainha Elizabeth II comprou um cavalo chamado Mulgrave Supreme, vencedor de um espetáculo, que quase foi vendido para os Estados Unidos. O animal foi enviado a um haras para ter descendentes de raça pura e híbrida.
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Ter a rainha ao seu lado também ajudou a aumentar a popularidade do animal e Mulgrave Supreme se tornou um nome familiar entre os criadores. Depois de 15 anos, havia pelo menos 36 garanhões em todo o país. Na época em que Mulgrave Supreme foi usado como garanhão, sua popularidade ajudou a aumentar a quantidade de cavalos Cleveland bay.
Atualmente esses cavalos ainda são raros — há entre 500 e 800 no mundo todo. Mas esse número é considerado impressionante, considerando que estavam quase extintos há apenas algumas décadas.