Geralmente, os Ngunis são criados em pastagens nativas e demonstram uma boa resposta ao confinamento. Na história bovina, este magnífico exemplar se destaca como um ícone de rusticidade e resistência.
O continente africano é uma tapeçaria rica e diversificada de culturas, paisagens e vida selvagem. Entre suas muitas joias está o Nguni, uma raça bovina distintiva conhecida por sua corcova e chifres em forma de lira. Desde tempos imemoriais, a relação entre humanos e bovinos tem sido marcada por uma simbiose profunda, moldada pela adaptação às mais diversas paisagens e condições climáticas.
Introduzindo-se no tecido da história bovina, este magnífico exemplar se destaca como um ícone de rusticidade e resistência. Conheça mais sobre essa historia desta raça!
Nguni o africano mais rústico
Originária da África Meridional abrangendo a região sul banhada pelo Oceano Índico ao leste e pelo Atlântico ao oeste, o Niguni tem suas raízes fincadas nas tradições antigas das regiões onde surgiu. Sua jornada ao longo dos séculos foi forjada pela seleção natural e pela interação com comunidades humanas, resultando em um animal dotado de características únicas e inigualáveis. Os bovinos dessa área, conhecidos como Sangue, destacam-se por sua corcova característica e chifres em forma de Lira.
A história dos Sangues remonta a cerca de mil anos, quando a linhagem Sanga era amplamente criada na Etiópia e Somália. À medida que as tribos migravam para o sul, levavam consigo esses animais, que, ao longo do tempo e através da seleção natural, se adaptaram e se popularizaram como uma raça rústica.
Estrutura
Sua estrutura corporal sugere uma possível ancestralidade bovina, refletida em suas características anatômicas, fisiológicas e adaptativas. Recentemente, foram classificados como Bostauros Africanos.
Hoje, são reconhecidos como uma linhagem resistente, tendo enfrentado condições desafiadoras de ambiente, como calor intenso, alta incidência de parasitas e pastagens de baixa qualidade, com práticas de manejo primitivas. Essa longa exposição moldou os Sangues como uma raça notavelmente resistente às adversidades africanas.
Característica do Nguni
Os Ngunis possuem uma resistência única que os ajuda a lidar com as condições difíceis do clima seco e árido. Essa resistência é visível em sua pele pigmentada, pelagem curta, fina e oleosa, além dos cascos e focinhos escuros que os caracterizam.
A pelagem dos Ngunis apresenta uma grande diversidade de cores, desde tons sólidos até misturas e padrões específicos, conforme descrito pelas comunidades Zulus. Esses padrões foram classificados para facilitar a identificação e propriedade dos animais. O couro dos Ngunis também exibe diversos padrões e é valorizado de acordo com a qualidade do tapete produzido.
Esses animais são normalmente criados em pastagens naturais e mostram boa adaptação ao confinamento. Atualmente na África existem mais de 1500 exemplares certificados deste gado bovino e 140 produtores oficiais registrados da raça Nguni.
Quando se fala em resistência, é relevante mencionar uma outra raça de bovinos que se adaptou e sobrevive até hoje no interior do Brasil. Confira logo abaixo!
Curraleiro Pé-Duro: O Rústico Brasileiro
O Curraleiro, conhecido por sua resistência, introduzido no Brasil durante a era colonial pelos portugueses, o Curraleiro é uma das raças bovinas ibéricas mais antigas do país, juntamente com o Caracu e a Crioula. Principalmente na região Nordeste e áreas próximas ao Rio São Francisco, esses animais tiveram que se adaptar ao clima seco e desafiador.
Todas as adversidades se transformam em recursos vitais para a comunidade dos resistentes Pé Duro. Estes animais de porte médio são reconhecidos por sua docilidade na fase adulta, pesando em média entre 360kg a 420kg. As fêmeas são notavelmente longevas, algumas podendo parir até os anos de idade.
O Curraleiro se destaca pelo focinho negro e cascos robustos, adaptados aos terrenos pedregosos do Sertão. Outra característica singular é sua habilidade de suportar o intenso calor da Caatinga. Surpreendentemente, o Curraleiro demonstrou resistência a muitas das espécies de plantas tóxicas encontradas no Brasil. Em testes envolvendo o Curraleiro, Nelore e o gado Pantaneiro, apenas o Curraleiro sobreviveu, destacando sua rusticidade.
Quando se trata de produzir carne de qualidade, a recomendação é cruzar o Curraleiro com raças zebuínas, como Guzerá e Sindi, para melhorar o rendimento industrial. A Embrapa Meio Norte iniciou um trabalho de preservação da espécie, que chegou a ser considerada extinta no país. Atualmente, estima-se que existam cerca de mil exemplares de Curraleiro no Brasil.
Enquanto os Ngunis e os Curraleiros estão separados por milhares de quilômetros geográficos, compartilham uma história fascinante de adaptação e sobrevivência em ambientes adversos. Ambas as raças representam um patrimônio genético valioso que merece ser preservado e estudado para compreendermos melhor a incrível diversidade da vida animal e as estratégias de adaptação que surgem ao longo do tempo.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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