
Reconhecida pela adaptabilidade, precocidade e qualidade da carcaça, raça Brangus expande produção no Norte e no Nordeste
Com uso consolidado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, o Brangus vem abrindo espaço fora do seu tradicional eixo de produção e comercialização pecuária. Criadores da raça vêm abrindo frentes de investimento e comercialização em novas praças no Norte e no Nordeste do Brasil.
É o que está fazendo o pecuarista e empresário Valdomiro Poliselli Júnior, da VPJ Pecuária. “As raças Brangus, Angus e Ultrablack, são protagonistas do mercado de carne premium no Brasil, oferecem grandes oportunidades de investimento, com uma valorização diferenciada pela qualidade da produção”, destaca Valdomiro, que investe em fazendas na região para estruturar um grande projeto de pecuária extensiva de Brangus e Nelore.
Conhecido pela excelência de seus processos, ele aposta no Brangus para remodelar a pecuária nordestina e solidificar um amplo programa de produção de bezerros de corte. “Temos comercializado muitos animais para o Norte e Nordeste nos últimos anos e isso vem fazendo as cabanhas mudarem suas estratégias comerciais, olharem mais para os clientes dessas regiões”, frisou o diretor de marketing da Associação Brasileira de Brangus (ABB), João Paulo Schneider, mais conhecido como Kaju.
Outro exemplo desse movimento vem de Macaparana, em Pernambuco. O criador José André de Arruda Lima, da Fazenda Paquevira, conta que os cruzamentos se iniciaram há cerca de dez anos, e o resultado vem satisfazendo. Além de produzir carne premium, Lima também tem matrizes PO, utilizadas na vacada comercial. “O acabamento da carcaça é melhor, com excelentes resultados”, destaca
Segundo ele, os animais da raça Brangus tiveram uma adaptação tranquila, já que a propriedade fica na região da Mata Norte, na divisa com o estado da Paraíba, onde predomina a Serra. “Há possibilidade de crescimento do rebanho em toda a região, pela rusticidade, capacidade de adaptação e pela boa conformação da carcaça. Além disso, são excelentes para trabalhar a campo”, argumenta.
E os bons resultados do Brangus também vem ganhando a boca dos pecuaristas no Norte. Em Castanhal, no Pará, Altair Burlamaqui, da Fazenda Carioca, conta que a carne Brangus se tornou sinônimo de qualidade na região. “Hoje, ela domina aqui no Pará”, conta. Filho e neto de pecuaristas, Altair deu início à produção de carne a partir da recria e engorda de fêmeas.
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Hoje, ele e o sócio Brenno Borges produzem animais vivos para exportação, melhoradores de gado comercial e produtores de carne gourmet, através de um trabalho especializado na engorda, com foco no marmoreio. “O Brangus é a ferramenta perfeita para atender ao meu nicho de mercado”, afirma, ressaltando qualidades como adaptabilidade, precocidade e o alto rendimento de carcaça. Há também a produção de carne kosher, voltada para a comunidade judaica, cita o empreendedor.
E para escolher a melhor raça para esse trabalho, Altair Burlamaqui é categórico. “Todas as raças são boas, todos os animais são bons, mas é muito importante selecionar os que se adaptam à região”, destaca, ao ressaltar a adaptabilidade da raça à região e o alto rendimento obtido. “Trabalhamos com uma raça de corte e buscamos entregar e selecionar um padrão de carne cada vez melhor”, resume.
Brangus: o “Ouro Negro” do Nordeste
O Brangus conquistou esse apelido entre os produtores nordestinos por sua adaptabilidade ao semiárido, precocidade e qualidade de carcaça e carne, fatores essenciais para atender à crescente demanda do mercado. A VPJ Pecuária, que seleciona Brangus há pouco mais de uma década, na unidade no interior de Goiás, aposta na semelhança climática entre o estado e o semiárido nordestino para garantir eficiência produtiva e adaptação dos animais.
Segundo Poliselli, o Brangus tem potencial para remodelar a pecuária nordestina, tornando a produção competitiva em relação aos cortes premium de outras regiões, fortalecendo o setor e criando novas oportunidades para os pecuaristas.
Além do mercado de carne premium, o Brangus também se destaca na vaquejada nordestina, onde o “boi preto” é altamente apreciado pelos competidores.
Para acelerar o processo, ele prepara para o próximo dia 29 de março (sábado) o 1º Leilão VPJ Nordeste. O remate será realizado durante a Exporingo, no município de Lagarto, no Sergipe.
Serão ofertados 30 touros e 50 bezerras Brangus, Angus e Ultrablack, além de doadoras de destaque do rebanho VPJ. Segundo Poliselli Júnior, além do mercado de carne premium, o Brangus também se destaca na vaquejada nordestina, onde o animal de pelagem preta é altamente apreciado pelos competidores.
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