Ranking da Forbes destaca os principais bilionários do agronegócio brasileiro, revelando fortunas ligadas à soja, carne, celulose, fertilizantes e bebidas
A nova edição do ranking global de bilionários, divulgada pela Forbes em 1º de abril de 2025, voltou a destacar nomes poderosos do agronegócio brasileiro. Entre produtores de soja, carne, fertilizantes e até papel e celulose, o Brasil se consolida como uma potência não apenas na produção, mas também na concentração de grandes fortunas ligadas ao campo e à indústria. Confira a seguir quem são os destaques brasileiros na lista.
Lucia Maggi – A matriarca da soja
Aos 92 anos, Lucia Maggi é muito mais do que uma herdeira: é símbolo de resiliência, pioneirismo e poder no agronegócio nacional. Com fortuna estimada em US$ 1 bilhão, ela figura na 2.933ª posição do ranking mundial da Forbes. Fundadora do Grupo Amaggi ao lado do marido, André Maggi, ela viu o pequeno negócio de sementes criado em 1977, no Paraná, se transformar em uma das maiores empresas exportadoras de grãos do mundo.
Dois anos após o início da empresa, o casal se mudou para o Mato Grosso, estado que viria a se tornar a capital da soja no país. Após a morte de André, em 2001, Lucia assumiu o posto de principal acionista da companhia, mantendo o legado da família e participando ativamente das decisões estratégicas. Em 2022, foi reconhecida como a mulher mais rica do Brasil, com um patrimônio de US$ 6,9 bilhões.
Wesley e Joesley Batista – Os reis da carne brasileira
Com US$ 3,8 bilhões cada, Wesley (55 anos) e Joesley Batista (53 anos) aparecem empatados na 948ª posição da lista da Forbes. São os principais acionistas da JBS, maior processadora de carne do planeta, com presença em mais de 20 países.
Filhos de José Batista Sobrinho, que começou a trajetória da família com um pequeno açougue em Goiás, os irmãos assumiram o comando da companhia nos anos 2000. Sob sua gestão, a JBS protagonizou algumas das maiores aquisições do setor, como a compra da norte-americana Swift & Co, além da Pilgrim’s Pride e outras gigantes globais.
Mesmo após se envolverem em escândalos de corrupção revelados durante a Operação Lava Jato, em 2017, os irmãos conseguiram reestruturar sua imagem no mercado. Firmaram acordos de delação premiada, passaram por prisões temporárias, mas mantiveram o controle da holding J&F Investimentos, que possui outros ativos além da JBS, como o banco Original e a Eldorado Brasil (celulose).
Ricardo Faria – O “rei do ovo” que saiu da lista
Dono da Granja Faria, uma das maiores produtoras de ovos da América Latina, Ricardo Faria foi uma surpresa ao ficar de fora da lista de 2025. No ano anterior, sua fortuna era estimada em R$ 17,45 bilhões, o que o colocava entre os 30 brasileiros mais ricos, com posição de destaque no cenário agroindustrial. Ainda não se sabe o motivo exato de sua exclusão, mas especulações apontam para impactos no mercado ou desvalorização de ativos.
Bilionários de outros setores: cerveja, fertilizantes e celulose
O agronegócio brasileiro não se resume apenas à soja e à carne. Outros setores estratégicos como bebidas, fertilizantes e papel e celulose também contam com representantes de peso no ranking de bilionários de 2025.
Jorge Paulo Lemann – O gigante das cervejas
Com US$ 17 bilhões de patrimônio, Jorge Paulo Lemann é o brasileiro mais rico da lista. Sócio da AB InBev, maior cervejaria do mundo, Lemann é conhecido por sua visão agressiva de negócios. Ex-tenista profissional e formado em Harvard, ele também é cofundador da 3G Capital, responsável por fusões bilionárias envolvendo empresas como Burger King, Heinz e Kraft Foods.
Carlos Alberto Sicupira – O discreto bilionário da Ambev
Parceiro de Lemann na AB InBev, Carlos Alberto Sicupira e sua família possuem uma fortuna de US$ 7,6 bilhões. Pouco afeito aos holofotes, Sicupira foi um dos mentores da fusão que deu origem à Ambev, embrião da atual gigante global das bebidas.
Marcel Herrmann Telles – O cérebro por trás da eficiência
Com US$ 2,3 bilhões, Marcel Telles é outro dos sócios da tríade bilionária da AB InBev. Conhecido por seu estilo de gestão focado em meritocracia e corte de custos, Telles foi fundamental na transformação da Brahma na potência mundial que é hoje.
Alceu Elias Feldmann – O mestre dos fertilizantes
Fundador da Fertipar, um dos maiores grupos do setor de fertilizantes no Brasil, Alceu Elias Feldmann e sua família aparecem com US$ 3,3 bilhões em patrimônio. A empresa tem papel central no abastecimento de nutrientes para grandes culturas agrícolas, como soja, milho e cana-de-açúcar, e cresce junto com o avanço da agricultura de larga escala no país.
Rubens Ometto – O rei da cana e da energia
Com US$ 1,5 bilhão, Rubens Ometto Silveira Mello lidera a Cosan, grupo que atua nas áreas de etanol, açúcar, energia e logística. A companhia é dona de marcas como Raízen (parceria com a Shell), Rumo Logística e Moove. Considerado um dos empresários mais estratégicos do Brasil, Ometto foi pioneiro na integração entre produção agrícola e distribuição de energia renovável.
Família Feffer – O império do papel e celulose
A Suzano, maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo, tem grande representação no ranking com diversos membros da família Feffer:
- Daniel Feffer – US$ 1,3 bilhão
- David Feffer – US$ 1,3 bilhão
- Jorge Feffer e família – US$ 1,2 bilhão
- Ruben Feffer – US$ 1,2 bilhão
A história da Suzano teve início em 1924 e se expandiu ao longo das décadas, tornando-se um símbolo da indústria brasileira. A família tem dividido o controle da empresa e seus ativos com foco em sustentabilidade, inovação e mercados internacionais.
Vera Rechulski Santo Domingo – Discrição e poder no setor cervejeiro
Com US$ 1,3 bilhão, Vera Rechulski Santo Domingo aparece como uma das acionistas da AB InBev. Viúva de Julio Mario Santo Domingo Jr., ela herdou parte das ações da cervejaria por meio da fusão entre a Interbrew e a sul-americana Bavaria, controlada pela família de seu falecido marido. Apesar do perfil discreto, figura entre as mulheres mais ricas ligadas ao setor de bebidas globalmente.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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