Quem é a mulher por trás da provável escalada do protecionismo nos EUA?

A nomeação de Rollins para esse cargo, equivalente ao de um ministro no Brasil, implica uma grande responsabilidade, já que o USDA supervisiona cerca de 4.500 unidades operacionais espalhadas pelos EUA e pelo mundo, com um time de mais de 100 mil colaboradores

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), uma das principais entidades globais quando se trata de políticas agrícolas e estatísticas, será agora conduzido pela advogada Brooke Rollins, de 52 anos. A nomeação de Rollins para esse cargo, equivalente ao de um ministro no Brasil, implica uma grande responsabilidade, já que o USDA supervisiona cerca de 4.500 unidades operacionais espalhadas pelos EUA e pelo mundo, com um time de mais de 100 mil colaboradores.

No Brasil, o USDA mantém três escritórios estratégicos: o Office of Agricultural Affairs (OAA) em Brasília, o Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS), também na capital, e o Agricultural Trade Office (ATO), situado no consulado dos Estados Unidos em São Paulo, focado na promoção da agroindústria americana.

Apesar de outros nomes estarem na disputa, como o comissário de Agricultura do Texas, Sidney Carroll Miller, e o tradicional produtor de milho e soja de Indiana, Kip Tom, o presidente Donald Trump escolheu Rollins para o cargo. Ele justificou sua escolha destacando a forte ligação da advogada com o setor agropecuário, uma conexão que se reflete em sua vivência desde a infância, quando cresceu em uma fazenda no Texas e, durante os verões, acompanhava sua família em Minnesota, onde cultivavam milho, batata e soja. Além disso, Rollins possui uma formação em direito e desenvolvimento agrícola pela A&M University.

Quando sua nomeação foi anunciada, em janeiro, uma coalizão de líderes agrícolas e representantes de fazendas enviaram rapidamente uma carta ao Senado dos Estados Unidos, solicitando uma rápida confirmação de sua escolha. A carta enfatizou a experiência da nova presidente do USDA em políticas públicas e sua familiaridade com o mundo rural, elementos essenciais para a função.

Foto: Divulgação AFPI

Entretanto, a nomeação também gerou algumas reações negativas. O cientista político Leandro Consentino, do Insper, observou que a falta de experiência específica de Rollins no setor agrícola pode resultar em uma administração com um forte viés protecionista, focada nas demandas dos produtores dos Estados Unidos, o que poderia gerar conflitos com os interesses comerciais do Brasil.

Para lidar com potenciais desafios impostos por essa abordagem protecionista, Consentino sugeriu que o Brasil busque diversificar suas parcerias comerciais e trabalhar em áreas de interesse comum com os Estados Unidos. O cenário agrícola sob a liderança de Rollins promete ser desafiador, e o Brasil deverá se preparar para adaptar suas estratégias comerciais conforme surgirem novas dinâmicas no setor.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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