Queda de ponte no Tocantins tem relação com impacto do agro, aponta site da esquerda

O desabamento da ponte no Tocantins deve servir como um alerta sobre a urgência de investimentos em infraestrutura, mas culpar o agronegócio pelo ocorrido é desonesto e desproporcional.

A recente queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), trouxe à tona debates polêmicos sobre a infraestrutura nacional. Enquanto veículos como o Brasil de Fato atribuem o ocorrido ao crescimento do agronegócio na região do Matopiba (matéria com título: Queda de ponte entre Tocantins e Maranhão tem relação com impacto do agronegócio na região, diz pesquisadora), essa interpretação é reducionista e ignora a complexidade dos desafios de infraestrutura e os avanços proporcionados por esse setor estratégico.

Agronegócio: Motor do desenvolvimento econômico e social

O Matopiba, formado pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é reconhecido como a última fronteira agrícola do Brasil. Nos últimos dez anos, a produção agrícola na região cresceu 92%, gerando riqueza, empregos e oportunidades para milhares de pessoas. Esse avanço posicionou a região como uma peça fundamental para a consolidação do Brasil como líder mundial na exportação de grãos, especialmente soja, milho e algodão.

A relação causal estabelecida pela matéria do Brasil de Fato entre o agronegócio e o desabamento da ponte carece de fundamentos sólidos. O crescimento agrícola, embora demande investimentos em infraestrutura logística, não pode ser responsabilizado por décadas de negligência na manutenção de estruturas como a ponte, construída na década de 1960.

A falta de reparos e o abandono de obras públicas são, sim, reflexos de uma gestão ineficiente e descolada das necessidades reais de regiões produtivas.

Infraestrutura defasada: um problema nacional

Culpar o agronegócio pelo desabamento da ponte é desviar o foco do real problema: a ausência de planejamento e manutenção de infraestrutura pelo poder público. A ponte Juscelino Kubitschek, por exemplo, foi alvo de denúncias locais há anos, com moradores relatando rachaduras e outros sinais de desgaste. No entanto, essas reclamações não foram atendidas.

O aumento do transporte de cargas pesadas, seja de insumos agrícolas ou outros produtos, é consequência natural do desenvolvimento econômico. No entanto, cabe ao Estado prever e preparar as condições necessárias para suportar esse crescimento, algo que não foi feito.

Agronegócio e sustentabilidade: avançando juntos

É fundamental desconstruir a narrativa de que o agronegócio traz apenas impactos negativos à região. O setor tem impulsionado o desenvolvimento social e econômico do Matopiba, gerando renda para pequenos e grandes produtores, promovendo o uso de tecnologias modernas e financiando projetos de sustentabilidade.

Além disso, muitas das críticas levantadas pela matéria ignoram o papel crucial do agronegócio na melhoria da qualidade de vida na região. A geração de empregos diretos e indiretos, o fortalecimento da infraestrutura de transporte e a integração da região ao mercado internacional são avanços que não podem ser desconsiderados.

Embora o uso de insumos químicos, como defensivos agrícolas, demande cuidado, empresas e produtores têm adotado práticas cada vez mais alinhadas à sustentabilidade, incluindo a redução de pulverizações aéreas e o aumento da agricultura de precisão. Essa evolução, liderada pelo setor privado, contrasta com a inércia governamental em solucionar questões como a manutenção de pontes e rodovias.

Equilíbrio e responsabilidade

O desabamento da ponte deve servir como um alerta sobre a urgência de investimentos em infraestrutura, mas culpar o agronegócio pelo ocorrido é desonesto e desproporcional. A negligência histórica de gestores públicos, e não a expansão agrícola, é a principal responsável por tragédias como esta.

Para que o Matopiba continue crescendo de forma sustentável, é indispensável um esforço conjunto entre o setor público e privado. O agronegócio, que já demonstra ser um dos motores do desenvolvimento nacional, precisa ser valorizado e não atacado por interpretações enviesadas que ignoram os fatos e o contexto maior.

A reconstrução da ponte, prometida para 2025, é uma oportunidade de mostrar como a colaboração entre o setor agrícola e o governo pode transformar desafios em avanços, garantindo segurança para a população e fortalecimento de uma economia que beneficia a todos. O Matopiba é um exemplo de sucesso que não deve ser obscurecido por narrativas simplistas e polarizadoras.

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