Para chegar a estes resultados, os cientistas calcularam a distância que os alimentos percorriam desde a sua produção até chegarem ao consumidor.
O impacto ambiental dos alimentos nas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) vai muito além da sua produção – também engloba a distribuição. De acordo com um estudo, publicado na revista científica Nature, o transporte de alimentos é responsável por cerca de 19% do total de emissões do sistema alimentar. Isto corresponde a cerca de 3,0 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e), uma quantidade entre 3,5–7,5 vezes maior do que a prevista anteriormente.
Para chegar a estes resultados, os cientistas calcularam a distância que os alimentos percorriam desde a sua produção até chegarem ao consumidor. Muitas destas viagens são internacionais, recorrendo a diferentes tipos de transporte como o camião, o navio ou o avião. A análise englobou 74 países e regiões de todo o mundo.
Os países mais ricos foram responsáveis por quase metade das emissões de transporte, dado que são os que mais importam alimentos e que recorrem a sistemas de refrigeração durante o deslocamento. Os países mais pobres, onde se concentra metade da população mundial, foram responsáveis por 20% das emissões.
No topo da tabela dos produtos alimentares que mais contribuem para esta situação estão as frutas e os legumes, que corresponderam a cerca de 36% das emissões, gerando o dobro da quantidade de emissões de CO2 produzidas durante a sua produção. Destacam-se ainda os cereais e a farinha, bem como os lacticínios.
A solução passa, sobretudo, por alterar as dietas alimentares com a introdução de mais alimentos à base de plantas, e pela aposta na produção local – principalmente nos países mais ricos.