
A inflação dos alimentos, especialmente das carnes, impacta diretamente na quantidade que pode ser comprada com o salário mínimo, reduzindo assim a capacidade de consumo das famílias brasileiras.
Nos últimos cinco anos, o poder de compra do assalariado brasileiro para proteínas, como carne bovina, suína e aves, sofreu uma significativa queda. Essa é a realidade que milhões de brasileiros enfrentam ao tentar colocar alimentos básicos em suas mesas.
Recente publicação da Agrifatto, trouxe um gráfico interessante que copilou os dados com o quanto de carne se compra com um salário mínimo. O gráfico mostra os dados de 2006 até a projeção de parcial de 2025, divididos ainda em: Carne bovina, suína e de aves. “O poder de compra do assalariado brasileiro para as proteínas caiu nos últimos cinco anos”, afirmou a consultoria.
A deterioração do poder de compra é um reflexo direto da disparidade entre o aumento dos preços das carnes e o reajuste do salário mínimo. Em 2024, o salário mínimo foi fixado em R$ 1.320,00. Apesar de parecer um avanço, a realidade dos preços revela uma situação preocupante.
Vamos aos números. Hoje, com o salário mínimo, um brasileiro consegue comprar aproximadamente:
- Carne bovina: 33 kg, considerando o preço médio de R$ 40,00 por quilo.
- Carne suína: 52,8 kg, com o preço médio de R$ 25,00 por quilo.
- Frango: 88 kg, dado o preço médio de R$ 15,00 por quilo.
Esses números revelam uma dura realidade. Em 2019, por exemplo, o salário mínimo de R$ 998,00 permitia a compra de quantidades significativamente maiores dessas proteínas, antes que os preços das carnes disparassem.
Aumento dos Preços das Carnes
O aumento dos preços das carnes é um fenômeno complexo, influenciado por vários fatores, incluindo o custo de produção, logística, e a demanda interna e externa. Nos últimos anos, a inflação dos alimentos se tornou um inimigo silencioso, corroendo o poder de compra do brasileiro.
Para a carne bovina, que é muitas vezes a preferida na mesa do brasileiro, a situação é ainda mais grave. O preço médio de R$ 40,00 por quilo é proibitivo para muitas famílias. Mesmo a carne suína, tradicionalmente mais acessível, sofreu aumentos consideráveis, assim como o frango, que sempre foi uma opção mais econômica.
Impacto na Mesa do Brasileiro
“É cada vez mais difícil manter a carne no prato todo dia,” comenta Maria da Silva, dona de casa e mãe de três filhos. “A gente acaba comprando mais frango porque é o que dá para pagar.”
Essa declaração de Maria reflete o sentimento de muitos brasileiros que precisam fazer malabarismos com o orçamento para garantir uma alimentação minimamente balanceada.
Perspectivas e Soluções
Para reverter essa tendência, é necessário um esforço coordenado de políticas públicas que visem não apenas o reajuste do salário mínimo, mas também o controle da inflação dos alimentos. Programas de incentivo à produção e redução dos custos logísticos poderiam aliviar a pressão sobre os preços.
Além disso, iniciativas de educação alimentar são cruciais para ajudar as famílias a diversificarem suas fontes de proteína, buscando alternativas mais acessíveis e igualmente nutritivas.
Reforma tributária
Em julho de 2023, o Congresso Nacional aprovou a reforma tributária com a finalidade de simplificar o sistema de impostos. A estratégia central foi a fusão de cinco tributos em um único imposto, o IVA (Imposto sobre o Valor Agregado), que, além de simplificar a arrecadação, busca reduzir os impostos sobre itens essenciais da cesta básica.
Em 10 de julho, foi aprovado o texto-base do projeto de lei complementar que regulamentará a reforma tributária. As carnes, como a bovina, suína, pescados e aves, que inicialmente teriam taxas reduzidas, agora terão alíquota zero.
Conclusão
A queda no poder de compra das proteínas essenciais é uma realidade que precisa ser enfrentada com urgência. Sem medidas eficazes, a alimentação dos brasileiros, especialmente dos mais vulneráveis, continuará comprometida.
“É uma questão de dignidade,” conclui Maria. “Todos merecem ter comida de qualidade na mesa.”
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