Quais são os tipos de braquiária e como fazer o manejo da planta?

Além de fonte de alimentação para gado, a planta colabora com a estruturação do solo e pode ser cultivada em consórcio com outras culturas de grãos. Confira abaixo!

A braquiária é um gênero de plantas herbáceas da família das gramíneas, também conhecidas como capim ou grama. Nativa da África tropical, a planta foi trazida na década de 1960 para o Brasil por ter alta capacidade de adaptação a diferentes tipos de solos e climas, além de boa resistência a fogo, seca, frio, doenças e pragas.

Esse tipo de planta é conhecido pela capacidade de fixar nitrogênio no solo, ajudando a melhorar a fertilidade da terra e a reduzir a necessidade de fertilizantes químicos. As braquiárias são também cultivadas em regiões tropicais e subtropicais como forragem para gado e estão presentes em 90% das pastagens brasileiras.

No entanto, em algumas situações, a braquiária pode se tornar uma espécie invasora, competindo com outras plantas nativas e prejudicando a biodiversidade da área. Quando cultivada em monocultura, contribui para a compactação do solo e a redução da fertilidade.

Quais são os tipos de braquiária mais comuns no Brasil?

Além de fonte de alimentação para gado, a planta colabora com a estruturação do solo e pode ser cultivada em consórcio com milho e café. (Fonte: Danilo de Paula Moreira/Embrapa/Reprodução)

Existem vários tipos de braquiária que se diferenciam em características como porte, produtividade, resistência a doenças e adaptabilidade a diferentes solos e climas. Os tipos mais comuns de braquiária encontrados no Brasil são:

  • Brachiaria brizantha — é a espécie mais utilizada no Brasil, ocupando cerca de 50% das forragens. Tem porte alto, com alta produtividade e boa resistência à seca e ao frio. É indicada para solos de média a alta fertilidade;
  • Brachiaria decumbens — um dos tipos mais cultivados no País, tem porte baixo a médio e é resistente à seca e ao fogo. É indicada para solos de baixa fertilidade e oferece baixa resistência à praga da cigarrinha;
  • Brachiaria humidicola — de porte médio a alto, esse tipo tem boa adaptação a solos úmidos e ácidos. É recomendada para regiões de clima quente e úmido e oferece boa resistência à cigarrinha;
  • Brachiaria ruziziensis — recomendada para regiões com baixa precipitação pluviométrica, tem porte médio a alto, com boa adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade, podendo ser usada para cobertura do solo no plantio direto, melhorando a produtividade das lavouras de milho e soja;
  • Brachiaria mutica — é uma espécie de porte alto, com boa produtividade e resistência à seca. Considerada uma das plantas invasoras mais comuns nas lavouras, desenvolve-se bem em solos arenosos e de baixa fertilidade.

Como fazer o manejo da braquiária de forma eficiente?

Palha da braquiária pode ser usada para cobrir o solo no plantio direto de soja. (Fonte: Arminda Moreira de Carvalho/Embrapa/Reprodução)

O manejo adequado da braquiária pode ajudar a maximizar a produção de forragem e melhorar a qualidade do solo. Além disso, pode evitar a chegada de plantas invasoras que podem prejudicar o cultivo e a biodiversidade. É importante consultar um técnico agrícola para obter recomendações específicas para a sua propriedade.

A seguir, veja alguns passos que podem ser seguidos para um manejo eficiente da braquiária.

1. Adubação

A braquiária responde bem à adubação, especialmente com nitrogênio, fósforo e potássio. O uso de adubos deve ser feito com base em análises de solo e em recomendações técnicas.

2. Controle de pragas e doenças

É importante monitorar a presença de pragas, principalmente da cigarrinha, e de doenças como antracnose e ferrugem. As medidas de controle podem incluir defensivos agrícolas e controle biológico.

3. Manejo de água

A planta se adapta bem a solos secos, mas o manejo adequado da água pode ajudar a melhorar a produção de forragem. Em solos com alta umidade pode ser necessário realizar drenagem para evitar a compactação do solo.

4. Manejo do pastejo

A braquiária é uma excelente forrageira para gado, mas é importante realizar um manejo adequado do pastejo para evitar o superpastejo e a degradação da pastagem. Isso pode incluir a rotação de piquetes e o controle da carga animal.

5. Controle de invasoras

Algumas espécies podem se tornar invasoras em determinadas regiões. É importante monitorar a presença dessas espécies e tomar medidas para controlar a expansão.

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Fonte: Rehagro, Terra Magna, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

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