Projeto Sucuriú: Aposta de US$ 4,6 bilhões da Arauco no setor de celulose no Brasil

A fábrica da Arauco terá uma capacidade de produção impressionante de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, superando a nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que produz 2,55 milhões de toneladas anuais.

O Projeto Sucuriú, um dos maiores investimentos já feitos pela chilena Arauco, promete transformar o cenário da produção de celulose no Brasil. Com US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões) destinados à construção de uma fábrica de celulose branqueada no Mato Grosso do Sul, o projeto marca a entrada da empresa no mercado brasileiro com uma planta de grande porte e tecnologia de ponta.

Uma megaestrutura para um setor em expansão

A fábrica, localizada a cerca de 50 quilômetros de Inocência, na margem esquerda do Rio Sucuriú, terá uma capacidade de produção impressionante de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, superando a nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que produz 2,55 milhões de toneladas anuais. Para isso, contará com equipamentos fornecidos pela finlandesa Valmet, referência global no setor.

O início das operações está previsto para o último trimestre de 2027, embora a Arauco tenha ressaltado a possibilidade de ajustes no cronograma devido à complexidade do projeto.

Impactos econômicos e geração de empregos com o Projeto Sucuriú

Durante o pico da construção, a fábrica deve gerar 14.000 empregos diretos, e, na operação, o número esperado é de 6.000 vagas abrangendo as áreas florestal, industrial e logística. A Arauco já possui operações florestais na região desde 2009, o que garantiu uma base sólida para a execução do projeto.

Além disso, a fábrica contribuirá significativamente para a economia energética do Brasil. Serão gerados mais de 400 MW de energia limpa, sendo cerca de 200 MW destinados ao consumo interno da unidade e o excedente suficiente para abastecer uma cidade com mais de 800 mil habitantes.

Sustentabilidade e manejo florestal eficiente

O projeto conta com 400 mil hectares de eucaliptos plantados, garantindo a matéria-prima necessária para a operação. A escolha pelo Mato Grosso do Sul foi estratégica, considerando o clima favorável que permite que o eucalipto alcance o ponto de corte ideal em apenas sete anos, metade do tempo necessário no Chile.

O estado também se destacou por sua política industrial e florestal, que favorece investimentos no setor, consolidando a região como um polo de referência na produção de celulose.

Desafios e perspectivas

O financiamento do Projeto Sucuriú será feito por meio de emissão de dívida, um aumento de capital de até US$ 1,2 bilhão e recursos próprios da Arauco. A fase de terraplanagem já está em andamento, e a construção da fábrica deve começar em 2025.

Ao final, a fábrica da Arauco se posicionará como uma das maiores do mundo, reforçando a presença do Brasil como líder global na produção de celulose. A aposta não só movimenta o setor, mas também contribui para a sustentabilidade e inovação, reafirmando o compromisso da empresa com um futuro renovável e alinhado às demandas globais por energia limpa e créditos de carbono.

Conclusão

Com o Projeto Sucuriú, a Arauco não apenas expande sua atuação internacional, mas também impulsiona o desenvolvimento econômico e sustentável do Brasil. Este investimento reforça o potencial do país no mercado global de celulose e consolida o Mato Grosso do Sul como referência na produção florestal. O desafio agora é cumprir os prazos e garantir o sucesso de uma das maiores apostas do setor nos últimos anos.

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