Em São Paulo, produtores rurais enfrentam prejuízos significativos devido ao avanço descontrolado de javalis. Um deles relatou que aproximadamente 60% de sua plantação foi destruída, além de haver riscos sanitários para o rebanho.
A invasão de javalis tem se tornado uma ameaça significativa para o setor agropecuário brasileiro, especialmente no estado de São Paulo. Esses animais, classificados como espécie exótica e invasora, causam danos extensivos às plantações, pastagens e infraestrutura rural, além de representarem riscos ao meio ambiente e à segurança dos produtores. Alimentando-se de culturas como milho, soja e cana-de-açúcar, os javalis reduzem a produtividade agrícola e geram prejuízos diretos aos agricultores. Além disso, ao revirarem o solo em busca de alimento, comprometem a qualidade da terra e dificultam o replantio, acarretando custos adicionais.
Carlos Renato Prince, presidente do Sindicato Rural de Monteiro Lobato, no Vale do Paraíba Paulista, destaca que a situação está fora de controle, afetando especialmente os pequenos produtores da região. Recentemente, ele foi informado de que mais de 60% de sua plantação de sorgo foi destruída pelos javalis, resultando em prejuízos econômicos significativos e colocando em risco a saúde de seu rebanho leiteiro.
“Sabemos que há o risco de transmissão de doenças como a peste suína, além da brucelose e tuberculose, e em alguns casos raros a aftosa, para animais e trabalhadores do campo. Sem contar que os javalis comem até bezerros. Agora é amargar o prejuízo financeiro”, enfatiza Prince.
No setor pecuário, os javalis representam uma ameaça considerável à sanidade animal, podendo transmitir doenças graves, como a peste suína clássica, afetando rebanhos suínos. Essa preocupação é especialmente relevante em São Paulo, onde a pecuária possui grande importância econômica. O aumento da população de javalis também eleva o risco de acidentes em estradas rurais e conflitos com moradores e trabalhadores do campo, tornando-se uma questão de segurança pública, já que não há como vaciná-los.
Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), ressalta a necessidade de ações urgentes para o manejo e controle desses animais, dentro da legislação brasileira. “Há um acúmulo de perdas dos produtores que fragiliza ainda mais a condição do homem do campo, que investe tudo o que tem em suas culturas e vê a plantação dizimada e seus animais em risco, além da segurança da própria vida”, afirma Meirelles.
Diante desse cenário, medidas de controle têm sido implementadas, como o manejo autorizado pelo Ibama e incentivos para a caça controlada da espécie. Entretanto, o avanço dos javalis continua desafiando as estratégias de contenção, exigindo um esforço conjunto entre produtores, órgãos ambientais e especialistas para minimizar os prejuízos ao agronegócio. Soluções como cercas elétricas, armadilhas e monitoramento contínuo são essenciais para evitar que os impactos econômicos e ambientais se agravem ainda mais no Brasil, especialmente em estados como São Paulo.
Toxoplasmose
Os javalis são potenciais transmissores da toxoplasmose, atuando como hospedeiros intermediários do Toxoplasma gondii, parasita causador da doença que pode provocar sintomas como dores no corpo, febre, confusão mental e convulsões. A infecção ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados. O consumo de carne de javali crua ou mal cozida representa um risco significativo de transmissão para humanos, assim como o contato com secreções ou tecidos contaminados durante o manejo dos animais. Portanto, é crucial adotar medidas de biossegurança, como o correto cozimento da carne e o uso de equipamentos de proteção ao lidar com javalis.
A situação é alarmante: estima-se que mais de um milhão de javalis precisarão ser abatidos no Brasil em 2025 para controlar a população e mitigar os danos causados por esses animais. Essa medida visa proteger a agropecuária nacional e a saúde pública, evitando a propagação de doenças e preservando a sustentabilidade do setor.
A proliferação descontrolada de javalis no Brasil exige ações coordenadas e eficazes para proteger o agronegócio, a saúde pública e o meio ambiente. A colaboração entre produtores, autoridades e especialistas é fundamental para desenvolver e implementar estratégias de controle que minimizem os prejuízos e garantam a segurança no campo.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Brics deve avançar no uso de moedas locais entre os países-membros
A confirmação foi dada pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Mauricio Lyrio.
Continue Reading Brics deve avançar no uso de moedas locais entre os países-membros
Abag vê com preocupação a interrupção das novas contratações de financiamentos rurais
A entidade avalia que a medida anunciada trará ainda mais incertezas a um setor que é uma verdadeira indústria a céu aberto.
Faturamento da Frimesa cresce 7,5% em 2024 e atinge R$ 6,5 bilhões
No segmento de carnes, que representa 75% do faturamento da cooperativa, houve aumento de 10,36% no abate de suínos.
Continue Reading Faturamento da Frimesa cresce 7,5% em 2024 e atinge R$ 6,5 bilhões
Haddad diz que governo vai editar MP para garantir Plano Safra
A medida foi tomada após uma conversa entre Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo.
Continue Reading Haddad diz que governo vai editar MP para garantir Plano Safra
Investimentos reduzem o custo de produção e aumentam a eficiência na pecuária
Para Júlio Barcellos, PhD em produção animal, a recria é a fase com as maiores oportunidades de ganhos em todo o ciclo produtivo.
Continue Reading Investimentos reduzem o custo de produção e aumentam a eficiência na pecuária
Maior produtora mundial de celulose expande frota de caminhões elétricos de grande porte
Os novos caminhões elétricos de grande porte iniciaram a operação nas unidades da Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, em Mogi das Cruzes e Limeira.
