Ele questionou se os cortes indiscriminados seriam a melhor abordagem ou se seria mais eficaz buscar formas de aumentar a receita do governo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou nesta quarta-feira (26) a complexidade da atual situação econômica do país, destacando a necessidade de uma análise minuciosa para determinar se os cortes de gastos são realmente necessários ou se há espaço para aumentar a arrecadação.
Lula argumentou que, embora seja crucial manter o equilíbrio fiscal, é igualmente importante garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma eficiente para promover o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população. Ele questionou se os cortes indiscriminados seriam a melhor abordagem ou se seria mais eficaz buscar formas de aumentar a receita do governo.
Declaração do presidente
Segundo ele, o problema não é cortar, mas ter um panorama claro do que fazer.
“O gasto está sendo bem feito? O dinheiro está sendo utilizado para alguma coisa que vai melhorar o futuro deste país? Eu acho que está. Nós estamos agora fazendo uma análise aonde é que tem gasto exagerado, aonde é que tem gasto que não deveria ter, aonde é que tem pessoas que não deveriam receber e que estão recebendo. Isso com muita tranquilidade, sem levar em conta o nervosismo do mercado. Levando em conta a necessidade de manter política de investimento”
disse o presidente.
“O problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação” declarou o presidente.
Para o secretário do Tesouro, “as sinalizações [de Lula] dão total apoio à equipe econômica e à pauta da responsabilidade [fiscal]”. “O presidente tem nos apoiado de forma irretocável”, concluiu Ceron.
O debate sobre as medidas fiscais ocorre em um contexto de desafios significativos nas contas públicas. Dados recentes da Secretaria do Tesouro Nacional revelaram que o governo federal registrou um déficit primário de R$ 60,98 bilhões em maio deste ano, o maior para o mês desde 2020. Esse déficit foi impulsionado por uma alta nas despesas, especialmente devido à antecipação do pagamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS.
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, reconheceu os desafios fiscais e reiterou o compromisso do governo em alcançar a meta de zerar o déficit fiscal neste ano, conforme previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ele destacou que a antecipação de despesas em maio não deve se repetir nos próximos meses, o que pode contribuir para uma melhoria gradual nas contas públicas.
Diante das projeções desafiadoras do mercado financeiro, que indicam um possível déficit de cerca de R$ 80 bilhões para 2024, a discussão sobre cortes de gastos versus aumento de arrecadação ganha relevância. Economistas alertam para a necessidade de políticas fiscais equilibradas que não comprometam o crescimento econômico nem afetem negativamente a qualidade de vida dos brasileiros.
Taxa das blusinhas
Em um contexto relacionado à arrecadação, Lula voltou a falar sobre a polêmica “taxa das blusinhas”, que se refere à taxação de compras internacionais de até US$ 50. O projeto, que aguarda sanção, gerou debates acalorados na sociedade. “Vocês viram a briga da blusinha? Veja que absurdo. Temos um setor da sociedade brasileira que pode viajar uma vez por mês pro exterior e pode comprar até US$ 2 mil sem pagar imposto. Agora, quando chega a tua filha, a minha filha, a minha esposa que vai comprar US$ 50, eu vou taxar? Não é irracional?”, questionou o presidente.
Inicialmente, em maio, Lula indicou que a tendência seria vetar a taxa às compras de até US$ 50, mas recentemente sinalizou que cumprirá o acordo firmado pela equipe econômica com deputados e senadores para implementar a cobrança. A taxa foi incluída no texto de um projeto que incentiva a transição energética no setor de transportes, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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