Principais raças de gado de corte, qual a melhor?

Considerado o maior rebanho comercial do mundo, o país possuí diversas raças espalhadas, separamos aqui as principais e suas características. Veja!

O Brasil tem o maior rebanho de gado comercial do mundo, sendo ao todo cerca de 214 milhões de cabeças entre leite e corte, criados para o consumo de carne e derivados. Por ser um país tão vasto, com diversas culturas e sistemas de criação, inúmeras raças e cruzamentos são utilizadas. Confira as principais raças de corte do país!

A produção de carne no país também sofreu uma forte guinada nos últimos anos. A introdução de novas raças, permitindo o cruzamento e aumento da produtividade, tecnologias de nutrição, bem-estar animal e gestão de ponta, vem mudando o cenário da pecuária de corte nacional.

A atividade que era tida como atrasada, mas hoje usa ferramentas de gestão e alta tecnologia, como softwares e aplicativos desenvolvidos para facilitar a vida do pecuarista, está garantindo boas margens de lucro para a atividade.

O clima tropical favorece à pecuária. As raças bovinas são selecionadas e aperfeiçoadas para produzir animais melhores e mais produtivos. Os sistemas variam de alta a baixa tecnologia empregada na produção, com isso, as utilizações de cada raça também diferem entre as regiões.

O modelo mais comum utilizado por aqui é a criação do gado de corte a pasto, ou seja, o boi que vive solto e que tem na pastagem comum a maior parte da sua alimentação.

Contudo, o modelo de confinamento, com animais reservados em um espaço restrito e alimentação fornecida a cocho, também ganha força e espaço no nosso país. Esse representa cerca de 6 milhões de animais terminados por ano, segundo os dados.

Conhecer bem as raças de gado de corte é fundamental para entender o quanto as características dos animais impactam a produção. Escolher a raça que melhor se adeque ao seu sistema de produção é o ponto crucial para determinar o retorno financeiro da atividade.

Agora você confere as principais raças de corte na pecuária brasileira

1. Nelore

Com origem indiana, o Nelore é o fruto do cruzamento do Ongole com mais 14 raças diferentes. A raça chegou ao Brasil em 1868 e aos poucos ganhou as fazendas na região central do Brasil. 

Hoje é o bovino de corte mais comum no país e representa cerca de 80% do rebanho nacional. Utilizado, na maior, como a base para os cruzamentos com raças europeias, principalmente o Angus, trazendo vantagens da rusticidade aliada a precocidade e maciez na carne.

É popular entre os pecuaristas por ser um animal muito adaptável ao nosso clima e vegetação, sendo resistente ao calor e às doenças, o que garantiu sua fama e espaço nas fazendas de todo o país.

@estanciabahialeiloes

2. Angus

A raça Angus ganhou nos últimos anos status de carne “gourmet”. Conhecido por produzir uma carne macia e marmorizada, o Angus tem origem europeia, mas especificamente na Escócia.

Considerada uma mais das mais antigas do mundo, ganhou espaço no mercado de carne pelas características de maciez e sabor. Chama atenção por ser uma raça de alta fertilidade e precoce na formação do animal adulto, o que impulsiona o interesse dos produtores na escolha dela.

Se adapta melhor em climas mais amenos e temperados, estando mais presente no sul e no sudeste do país.

gado angus fazenda periquitos
Foto: Fazenda Periquitos

3. Brahman

O gado de corte da raça Brahman possui excelente capacidade de se adaptar ao clima, seja quente ou frio. Essa adaptabilidade é o que faz dele uma raça tão popular na produção pecuária. 

Além disso, o Brahman tem grande resistência ao ataque de insetos devido à cor da pelagem curta e grossa. No cruzamento com outras raças, ele coopera muito no desenvolvimento de peso e na qualidade da carne. 

É comum ser utilizado no cruzamento com o Nelore para produção de carne, o que garante rusticidade e rendimento de carcaça.

Foto Divulgação.

4. Brangus

 Resultado do cruzamento do Angus com o Zebu em 1912, nos EUA, no Brasil os cruzamentos começaram aproximadamente em 1940. O Ministério da Agricultura o batizou como Ibagé inicialmente, rebatizado como Brangus Ibagé e posteriormente de Brangus, como nos EUA.

Tem dificuldade de adaptação em climas tropicais, em compensação, a formação de carcaça e precocidade são características próprias dela.

Já a mistura com o Zebu, fornece um boi menos vulnerável a parasitas e adaptado a regiões quentes, garantindo uma mistura que traz ao animal mais resistência e uma excelente formação de carne.

Foto: Divulgação

5. Tabapuã

O Tabapuã é considerado o autêntico “zebu brasileiro”. Essa raça surgiu do cruzamento de zebuínos, Nelore, Gir e Guzerá. O resultado da mistura é um animal de “atarracados”, baixos, fortes e grossos, com pelos claros (branco e cinza), finos e curtos.

As principais características do gado de corte Tabapuã são a docilidade e a sua capacidade de fertilização. Também é conhecido pelo excelente rendimento, carcaça e ganho de peso na pecuária de corte.

raça tabapuã no Brasil
Foto: Zzn Peres

Resumindo, cada linhagem se adapta de maneira diferente diante dos diversos biomas brasileiros, bem como apresenta resultados ímpares de produção.

Portanto, para calcular o custo de produção do gado de corte, o pecuarista deve conhecer as raças e garantir um investimento seguro. Escolha a raça que melhor irá se adaptar ao seu planejamento, localidade, sistema de criação, gestão e mercado consumidor. Não existe uma receita pronta ou protocolo correto, o Brasil possui uma diversidade e essa deve ser levada em consideração.

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