
Ela foi instalada na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), representando um marco na transição energética do Estado. A estimativa é que a usina de hidrogênio verde vai atrair investimento de R$ 2 bilhões até 2030.
Mato Grosso do Sul deu um passo importante na transição para a energia limpa com a inauguração da sua primeira usina de hidrogênio verde, instalada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O projeto, considerado pioneiro no Centro-Oeste, promete impulsionar o desenvolvimento sustentável no Estado e atrair investimentos de até R$ 2 bilhões até 2030.
A inauguração, realizada na última sexta-feira (25), contou com a participação do governador Eduardo Riedel, que destacou a importância da nova usina para o futuro energético do Estado.
“O que representa esta usina para Mato Grosso do Sul é muito relevante. A transição energética é um eixo estratégico do nosso governo. Com um ambiente de negócios favorável, conseguimos atrair investimentos e fortalecer o setor“, afirmou Riedel.
O projeto está alinhado com a meta estadual de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro até 2030, objetivo que vem sendo perseguido com políticas de incentivo à inovação, sustentabilidade e pesquisa científica.
Parceria estratégica e tecnologia limpa
O projeto é fruto de uma parceria entre a UFMS, a Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação (RBCIP) e a empresa Green World Energy Hydrogen (GWE). A usina utiliza tecnologia de eletrolisadores para separar hidrogênio e oxigênio da molécula da água, processo alimentado por energia solar.
A reitora da UFMS, Camila Ítavo, ressaltou o papel da ciência no avanço sustentável:
“Investir em ciência é investir no futuro. Este projeto é resultado de coragem e colaboração, e mostra que a universidade está comprometida com a inovação e a sustentabilidade“, destacou.
Ela vai funcionar com base em um sistema composto por painéis solares (geração de energia elétrica renovável), eletrolisador (equipamento que separa hidrogênio e oxigênio) e sistema de controle e monitoramento, que permitirá acompanhamento remoto e análise de dados para fins científicos e tecnológicos.
Produção e capacitação de profissionais
Com capacidade para produzir uma tonelada de hidrogênio verde por mês, a usina colocará Mato Grosso do Sul na linha de frente da pesquisa nacional sobre o tema. Além da produção energética, o projeto prevê a capacitação de 500 profissionais, entre professores, engenheiros e técnicos especializados, para atender à crescente demanda do setor.
A estrutura da usina inclui:
- Painéis solares para geração de energia elétrica renovável;
- Eletrolisador para separação dos elementos químicos;
- Sistema de controle e monitoramento remoto para coleta e análise de dados científicos.
Pesquisa de novos derivados do hidrogênio verde
A instalação também servirá como base para o desenvolvimento de novas tecnologias derivadas do hidrogênio, como o diesel verde e fertilizantes verdes, ampliando as possibilidades de utilização da energia limpa em diferentes setores econômicos.
Para o coordenador da RBCIP, Marcelo Estrela Fiche, o hidrogênio verde já é uma realidade e demanda qualificação urgente:
“O hidrogênio e seus derivados não são mais apenas o futuro, são uma necessidade para o presente. Nosso desafio agora é capacitar mão de obra para sustentar esse novo mercado“, afirmou.
Crescimento da matriz energética renovável
Em paralelo, Mato Grosso do Sul vem registrando avanços em sua matriz energética. Em 2024, o Estado alcançou uma capacidade instalada de 9.843 megawatts (MW), o que representa um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. As fontes renováveis correspondem a 94% da matriz estadual, reforçando o compromisso com o meio ambiente e com uma economia de baixo carbono.
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