Preços da arroba do boi gordo seguem pressionadas

Na Bolsa de Valores, onde os preços da arroba do boi gordo são negociadas no mercado futuro, todos os contratos encerraram o dia no “vermelho”

Os preços do boi gordo seguem pressionados, com a média nacional do animal registrando queda de 0,49% e fechando o dia a R$ 302,65/@. Goiás registrou a maior desvalorização, com recuo de 1,19% e o animal negociado em média a R$ 303,87/@.

Na Bolsa de Valores, onde a arroba é negociada no mercado futuro, todos os contratos encerraram o dia no “vermelho”. O contrato para jun/25 apresentou a maior queda, com desvalorização de 1,67% e fechou o dia a R$ 311,25/@. A sobre oferta de fêmeas que chega as indústrias em conjunto com a dificuldade no escoamento de carne tem feito com que as indústrias pressionem os pecuaristas nesse momento.

O IBGE divulgou nesta terça-feira (11) os primeiros resultados da Pesquisa Trimestral do Abate (PTA) de animais no 4º trimestre de 2024, e adicionando os dados do restante do ano, o instituto apontou que o Brasil abateu 39,18 milhões de bovinos em 2024, um aumento de 14,89% em relação a 2023, estabelecendo um recorde histórico.

Além disso, a junção com as demais proteínas levou a maior produção de proteína animal no Brasil no último ano, com mais de 29 milhões de toneladas produzidas em 2024. Para mais detalhes, acesse nossa plataforma.

“A oferta de fêmeas, em especial no Norte, é surpreendente e sem dúvida é um dos principais elementos de pressão neste momento”, diz o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias. Segundo ele, em São Paulo, os frigoríficos seguem testando patamares de preços mais baixos, encontrando alguma relutância dos produtores.

Média da arroba do boi (a prazo)

  • São Paulo: R$ 319,25 (R$ 325,25 ontem)
  • Goiás: R$ 301,25 (R$ 303,57 anteriormente)
  • Minas Gerais: R$ 312,94 (R$ 313,53 na segunda)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 312,16 (R$ 312,95 ontem)
  • Mato Grosso: R$ 320,82 (R$ 320,74)

Mercado chinês

O Brasil exportou 209.192 toneladas de carne bovina em janeiro, alcançando um faturamento de US$ 1,002 bilhão, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Esse é o melhor desempenho para o mês desde o início da série histórica.

A China manteve a liderança como principal destino da carne bovina brasileira em janeiro, com 92.797 toneladas exportadas e uma receita de US$ 452 milhões. Apesar disso, o volume representa uma leve queda em relação ao mesmo período do ano passado e a dezembro de 2024. Os Estados Unidos, segundo maior comprador, importaram 18.974 toneladas, gerando US$ 106,6 milhões, o que corresponde a uma redução de 8,5% na comparação anual.

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Foto: Frigorífico Marinho

Frigoríficos vão aumentar a pressão sobre o boi

A desvalorização do dólar frente ao real desde o início de 2025, com recuo de 6,26%, impactou a receita das exportadoras de carnes, que perderam cerca de R$ 5,9 bilhões apenas com a variação cambial. Apesar disso, a forte demanda mantém o setor aquecido.

Apesar do impacto negativo do câmbio, a demanda por carnes brasileiras segue firme, impulsionada pela menor oferta em mercados como os EUA. Em janeiro, as exportações de carne bovina, suína e de frango atingiram recorde. A cota de 65 mil toneladas de carne bovina in natura para os EUA foi preenchida em apenas 17 dias, indicando forte procura.

Leonardo Alencar, da XP, ressalta que a valorização do real reduz a competitividade dos frigoríficos, mas o cenário global segue favorável. A China bateu recorde de importação em 2024, e países do Sudeste Asiático, como as Filipinas, ampliaram a compra de carne suína.

Exportações começam fevereiro em bom ritmo

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou nesta segunda-feira (10) que as exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada totalizaram 47,3 mil toneladas até a primeira semana de fevereiro. A média diária de embarques ficou em 9,4 mil toneladas, um aumento de 0,80% em relação a fevereiro de 2024, quando a média foi de 9,3 mil toneladas.

O preço médio da carne bovina no período foi de US$ 4.960 por tonelada, representando um crescimento de 9,6% em comparação com fevereiro do ano passado, quando o valor estava em US$ 4.526 por tonelada.

O faturamento total das exportações na primeira semana de fevereiro alcançou US$ 235,031 milhões. Em fevereiro de 2024, a receita somou US$ 808,285 milhões. A média diária de receita foi de US$ 47,006 milhões, alta de 9,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando ficou em US$ 42,541 milhões.

Com informações da Agrifatto, RB Investimentos e Valor

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