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Polícia Federal deflagra operação contra suspeito de ser o maior devastador do bioma amazônico já investigado; PF confiscou também R$ 116 milhões
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (3/8) a Operação Retomada, com o objetivo de investigar um esquema de invasão de terras da União e desmatamento para criação de gado na Floresta Amazônica. A PF cumpre três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, nos municípios de Novo Progresso/PA e Sinop/MT. Grupo é suspeito de invadir mais de 20 mil hectares de Floresta Amazônica.
As investigações tiveram início após a identificação, pela PF em Santarém/PA, do desmatamento de quase seis mil hectares na região do município de Novo Progresso. O inquérito policial aponta que o grupo criminoso realizaria o cadastro fraudulento junto ao Cadastro Ambiental Rural de áreas próximas as suas em nome de terceiros, principalmente de parentes.
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Em seguida, desmatariam tais áreas e as destinariam para criação de gado. “Assim, os verdadeiros responsáveis pela exploração das atividades se sentiriam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos, os quais seriam direcionados aos participantes sem patrimônio.” – diz a nota da PF.
Até o momento, o inquérito policial identificou que o suspeito e seu grupo teriam se apossado de mais de 21 mil hectares de terras da União. Além disso, já foram constatados o desmatamento de mais de 6.500 hectares de floresta, o equivalente a quase quatro Ilhas de Fernando de Noronha/PE, com indícios de um único autor ser o responsável pela destruição ambiental.
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Os danos ambientais são agravados pela ocupação de áreas circundantes a terras indígenas e unidades de conservação.
O suspeito líder do grupo já recebeu 11 autuações e seis embargos do IBAMA por irregularidades, e perícias da PF indicam a existência de danos ambientais ocasionados por suas atividades também na Terra Indígena Baú.
Além da expedição dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e de recuperação da área atingida, e o sequestro de veículos, de 16 fazendas e imóveis e da indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado. As investigações seguem em andamento.
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