Investigações apontaram que os proprietários do abatedouro furtavam cavalos na região, abatiam os animais e vendiam como carne bovina. Cada animal era vendido a cerca de R$ 200,00!
Uma operação fechou um abatedouro ilegal nesta terça-feira (6), em Viana, na Grande Vitória. Uma pessoa foi presa. De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontaram que os proprietários furtavam cavalos, abatiam e vendiam como carne bovina.
O consumo e venda de carne de cavalo não é ilegal no Brasil, mas deve ser feito de forma adequada com os padrões da vigilância sanitária. O abatedouro deve ser inspecionado, atender a condições básicas de higiene e deve sinalizar que o produto vendido é de equinos.
No local, foram encontrados 17 cavalos vivos prontos para o abate, diversos porcos que eram alimentados com vísceras dos animais abatidos, além de partes como cabeça, costela, patas e coração de equinos. No local foram encontrados equipamentos para desossar os animais.
O trabalho de investigação da ‘Operação Dia de Caça’ durou cerca de um mês e contou com a participação de policiais civis, militares e fiscais da Prefeitura e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).
Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em Alfredo Chaves, Guarapari e Viana. Imagens de drone flagraram animais mortos sendo colocados em caçambas.
As investigações prosseguem para identificação de eventuais açougues que tenham recebido esses animais
Fiscais e policiais chegaram ao abatedouro após o recebimento de denúncias informando sobre o desaparecimento de animais em Alfredo Chaves, Domingos Martins, Viana, Guarapari e outros municípios.
As carnes dos animais eram vendidas em feiras, açougues, frigoríficos e outros estabelecimentos comerciais. Cada animal era vendido a cerca de R$ 200.
Os animais encontrados no local foram recolhidos por uma equipe da Secretaria de Saúde de Viana.
Tem problema comer carne de cavalo?
A carne de cavalo comercializada de forma correta e inspecionada pela vigilância sanitária não traz nenhum risco à saúde. Seu consumo é extremamente comum em diversos países do oriente, como na Ásia Central, na Mongólia e no Japão.
Em terras japonesas, por exemplo, seu consumo é usualmente cru, na forma de sashimi. O alimento ganha o nome de sakura (桜) or sakuraniku (桜肉).
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Contudo, a comercialização legalizada desse tipo de proteína no Brasil é ínfima. O grande problema das carnes de cavalo brasileiras é que usualmente elas são vendidas como boi e tem origem em abatedouros clandestinos, onde as condições mínimas de higiene e segurança alimentar não são respeitadas.
Além disso, se o tratamento de animais já é cruel em ambientes minimamente inspecionados pelas agências governamentais, em abatedouros clandestinos isso se torna um verdadeiro mistério.
Com informações do G1