
Segundo dados, os três municípios com mais ocorrências no ano passado estão localizados em regiões de fronteira com a Argentina ou Uruguai.
O número de casos de abigeato no Rio Grande do Sul caíram 14% em 2019, segundo dados parciais da Secretaria de Segurança Pública do estado. De janeiro a novembro do ano passado, foram 4.933 ocorrência. Em 2018, tinham sido registrados 5.733 furtos de animais.
Quando comparados aos 6.310 casos de 2012, primeiro ano em que esse crime começou a ser detalhado nas estatísticas do órgão, a queda é ainda maior: 21,8%.
De acordo com o delegado André Mendes, da Delegacia Especializada em Crimes Rurais e Abigeato, desde 2016 — quando foi inaugurada a força-tarefa — o foco dos agentes foi no combate ao crime organizado, que responde por boa parte dos casos.
“Principalmente quando você leva em consideração o tamanho do golpe para o produtor que esse golpe representa. Em um caso, 50 animais são levados”, diz.
Mendes, que está na delegacia desde 2017, conta que os casos de furto não são vistos com o peso que têm. “Ele começa no campo, mas, inevitavelmente atinge as mesas das famílias na cidade. É carne absolutamente imprópria para consumo e animais abatidos sem a menor condição sanitária”, reforça.
Segundo o delegado, a estratégia para 2020 é reforçar o policiamento dos casos ocasionais em parceria com outras forças.
“Serão criadas quatro delegacias com cartórios especializados. É difícil pegar cuidarmos de casos de abigeato de ovelha, por exemplo, que não costuma repercutir tanto, mas que entra na conta no fim do ano”, diz.
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Abigeato na fronteira
O município de Santana do Livramento registrou 187 casos em 2019, o que representa 3,8% do total. Em segundo lugar, ficou Bagé (188 furtos ou 2,4%) e em terceiro, Uruguaiana (115 casos ou 2,3%).
As três cidades estão localizadas em regiões de fronteira, com Argentina ou Uruguai. De acordo com Mendes, existem quadrilhas baseadas em países vizinhos que roubam os animais no Brasil, carneiam e voltam.
“Prendemos um barco durante uma operação em Barra do Quaraí. Eles entravam nas propriedades pelo rio. São particularidades que dificultam a atuação na fronteira”, diz Mendes.
Fonte: Canal Rural